Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Os membros mais ativos do mês
Nenhum usuário |
Visitas
A Religião Babilónica
2 participantes
:: Religiões & Mitologia :: Religiões :: Religiões Extintas (indo-europeias, egípcia, mesopotâmica, pré-históricas etc.)
Página 1 de 1
A Religião Babilónica
"A religião babilónica, tal como aparece em textos do III e do II milénios, é uma síntese de elementos sumérios e semitas. Assim, certas divindades têm nome duplo; outras têm um nome que é ou semita ou sumério.
O panteão babilónico, muito numeroso, não conta menos de 100 divindades. Em primeiro lugar, encontram-Se os “Deuses Grandes”, que outrora haviam sido as divindades locais das cidades de Sumer e Akkad. Eram eles: Enlil, divindade principal dos Sumérios e deus da terra; Anum, deus de Uruk; Ea, deus de Eridu. No III milénio já os sacerdotes os haviam reunido numa tríade suprema, atribuindo a Anum o reino dos céus e a Ea o reino dos mares e das águas subterrâneas.
Além desta tríade havia um outro grupo de divindades reconhecidas em todo o país: o deus do Sol, Shamash (deus de Sippar), o deus da Lua, Sin (deus de Ur), e duas divindades agrícolas: Tammuz e a sua esposa Ishtar.
Tammuz e Ishtar eram os deuses da vegetação e da fecundidade. Cada ano celebravam-se festas pela morte e ressurreição de Tammuz, acompanhadas de mistérios que figuravam Ishtar a chorar ao seu esposo, a sua descida ao mundo subterrâneo para procurar o defunto, a sua luta contra a deusa do reino das sombras, Ereshkigal, a ressurreição de Tammuz e a sua reaparição sobre a terra.
Nas comunidades de vizinhança estas festas marcavam o início e o fim dos trabalhos campestres; os ritos dramáticos, executados por toda a comunidade, sob a direcção de um sacerdote, destinavam-se a garantir o sucesso das sementeiras e uma boa colheita. Nas grandes cidades as cerimónias populares executavam-se com grande pompa e inúmeros sacrifícios.
Os cultos de Shamash e de Sin estavam no campo ligados também à produção: o de Shamash dizia respeito à agricultura; o de Sin aplicava-se à criação de gado. Mas no panteão oficial era Shamash quem exercia as funções do deus da justiça. 0 seu templo principal, em Sippar, era a sede do tribunal da última instância, junto do qual havia um arquivo para os contratos e os actos judiciários.
A deusa Ishtar, na mitologia oficial, tinha por símbolo o planeta Vénus; deste modo, os sacerdotes constituíam o primeiro grupo de deuses siderais: Shamash, Sin, Ishtar.
Depois da formação do Antigo Império Babilónjco, o rei dos deuses foi Marduk, que não era no princípio senão o deus da Babilónia. Recebeu o título de Bêl (senhor), reservado até aí a Enlil; os sacerdotes conferiram-lhe as funções de Enlil e de Tammuz.
Em sua honra, Babilónia celebrava na Primavera a festa do Novo Ano, chamada Zag-muk. Evocava-se a vitória de Marduk sobre Tiamât, a sua chegada ao trono divino, a criação do mundo e dos homens e a fundação da celeste Babilónia.
Perante a leitura do poema Quando no alto (1), executavam-se ritos dramáticos que representavam os seus principais episódios.
Num templo ao lado, chamado «sala dos destinos», os sacerdotes prediziam o futuro diante das estátuas dos deuses, isto é, na sua presença. Essas profecias desempenhavam um grande papel, pois o rei devia inspirar-se nelas para seguir a sua política. A festa terminava com ritos derivados do culto a Tammuz e a Ishtar.
Um deles representava a morte e ressurreição de Bêl-Marduk. Lia-se aí um texto que evoca singularmente a história da morte e ressurreição de Cristo. Um outro rito, simbolizando o casamento de Marduk com Sarpanitu, devia assegurar a fecundidade da terra.
A religião babilónica não se limitava aos cultos dos «Deuses Grandes» e das divindades agrícolas. Não apenas o povo, mas também os senhores dos escravos conservavam crenças animistas e mesmo pré-animistas que remontavam à época da sociedade primitiva.
Adoravam-se numerosos espíritos, bons ou maus, que regiam os fenómenos da natureza, repeliam a doença e a morte, ajudavam os homens no seu trabalho e na sua vida. Entre tais espíritos assinalamos os dos rios e canais, cujo culto se praticava tanto nas comunidades como na religião oficial.
Os espíritos domésticos, guardiões do lar, e os espíritos dos mortos aos quais se dedicavam, regularmente, sacrifícios. Enfim, toda a sociedade babilónica dava grande importância aos ritos mágicos, inspirados pela ideia dos bons e maus espíritos.
A demonologia e a magia popular foram assimiladas pela religião oficial e aí se desenvolveram. Havia, junto dos templos, colégios especiais de encantadores que sistematizavam a demonologia e propagavam o mito da submissão dos espíritos aos «grandes” deuses Anum, Enlil e Ea.
As fórmulas e os ritos mágicos populares eram por eles convertidas em cerimónias solenes, acompanhadas de sacrifícios. Com o curso desta modificação, muitos rituais especiais se compuseram e se integraram mais tarde no culto assírio.
O sacerdócio dos templos oficiais da Babilónia e de outras cidades era muito numeroso e dividia-se em várias categorias, segundo a posição e as funções. Também havia sacerdotisas de diferentes graus afectas ao templo de Sha mash, em Sippar, onde um rei akkadiano lhes construíra uma grande habitação com exploração auxiliar e um vasto jardim com pomar.
Durante o ofício eram ajudadas por um numeroso pessoal composto de cantores e cantoras, de músicos e de toda a espécie de serventes. A função do sacerdote, muito lucrativa, transmitia-se hereditariamente na comunidade familiar. Aquando da partilha dos bens da casa paterna, o sacerdócio era por vezes distribuído pelos filhos, de modo a que cada um pudesse, por sua vez, desempenhar essa função no espaço de um ano e receber os benefícios durante esse tempo.
Se as funções sacerdotais passavam a um filho primogénito, os seus irmãos obtinham uma compensação paga adiantadamente sobre a herança. Os sacerdotes gozavam de imenso prestígio, pois detinham na vida religiosa da Antiguidade a arma poderosíssima que era a adivinhação e também os ínesgotáveis recursos dos templos, constantemente aumentados com as operações de usura."
Fonte: Opinião Socialista Wordpress
O panteão babilónico, muito numeroso, não conta menos de 100 divindades. Em primeiro lugar, encontram-Se os “Deuses Grandes”, que outrora haviam sido as divindades locais das cidades de Sumer e Akkad. Eram eles: Enlil, divindade principal dos Sumérios e deus da terra; Anum, deus de Uruk; Ea, deus de Eridu. No III milénio já os sacerdotes os haviam reunido numa tríade suprema, atribuindo a Anum o reino dos céus e a Ea o reino dos mares e das águas subterrâneas.
Além desta tríade havia um outro grupo de divindades reconhecidas em todo o país: o deus do Sol, Shamash (deus de Sippar), o deus da Lua, Sin (deus de Ur), e duas divindades agrícolas: Tammuz e a sua esposa Ishtar.
Tammuz e Ishtar eram os deuses da vegetação e da fecundidade. Cada ano celebravam-se festas pela morte e ressurreição de Tammuz, acompanhadas de mistérios que figuravam Ishtar a chorar ao seu esposo, a sua descida ao mundo subterrâneo para procurar o defunto, a sua luta contra a deusa do reino das sombras, Ereshkigal, a ressurreição de Tammuz e a sua reaparição sobre a terra.
Nas comunidades de vizinhança estas festas marcavam o início e o fim dos trabalhos campestres; os ritos dramáticos, executados por toda a comunidade, sob a direcção de um sacerdote, destinavam-se a garantir o sucesso das sementeiras e uma boa colheita. Nas grandes cidades as cerimónias populares executavam-se com grande pompa e inúmeros sacrifícios.
Os cultos de Shamash e de Sin estavam no campo ligados também à produção: o de Shamash dizia respeito à agricultura; o de Sin aplicava-se à criação de gado. Mas no panteão oficial era Shamash quem exercia as funções do deus da justiça. 0 seu templo principal, em Sippar, era a sede do tribunal da última instância, junto do qual havia um arquivo para os contratos e os actos judiciários.
A deusa Ishtar, na mitologia oficial, tinha por símbolo o planeta Vénus; deste modo, os sacerdotes constituíam o primeiro grupo de deuses siderais: Shamash, Sin, Ishtar.
Depois da formação do Antigo Império Babilónjco, o rei dos deuses foi Marduk, que não era no princípio senão o deus da Babilónia. Recebeu o título de Bêl (senhor), reservado até aí a Enlil; os sacerdotes conferiram-lhe as funções de Enlil e de Tammuz.
Em sua honra, Babilónia celebrava na Primavera a festa do Novo Ano, chamada Zag-muk. Evocava-se a vitória de Marduk sobre Tiamât, a sua chegada ao trono divino, a criação do mundo e dos homens e a fundação da celeste Babilónia.
Perante a leitura do poema Quando no alto (1), executavam-se ritos dramáticos que representavam os seus principais episódios.
Num templo ao lado, chamado «sala dos destinos», os sacerdotes prediziam o futuro diante das estátuas dos deuses, isto é, na sua presença. Essas profecias desempenhavam um grande papel, pois o rei devia inspirar-se nelas para seguir a sua política. A festa terminava com ritos derivados do culto a Tammuz e a Ishtar.
Um deles representava a morte e ressurreição de Bêl-Marduk. Lia-se aí um texto que evoca singularmente a história da morte e ressurreição de Cristo. Um outro rito, simbolizando o casamento de Marduk com Sarpanitu, devia assegurar a fecundidade da terra.
A religião babilónica não se limitava aos cultos dos «Deuses Grandes» e das divindades agrícolas. Não apenas o povo, mas também os senhores dos escravos conservavam crenças animistas e mesmo pré-animistas que remontavam à época da sociedade primitiva.
Adoravam-se numerosos espíritos, bons ou maus, que regiam os fenómenos da natureza, repeliam a doença e a morte, ajudavam os homens no seu trabalho e na sua vida. Entre tais espíritos assinalamos os dos rios e canais, cujo culto se praticava tanto nas comunidades como na religião oficial.
Os espíritos domésticos, guardiões do lar, e os espíritos dos mortos aos quais se dedicavam, regularmente, sacrifícios. Enfim, toda a sociedade babilónica dava grande importância aos ritos mágicos, inspirados pela ideia dos bons e maus espíritos.
A demonologia e a magia popular foram assimiladas pela religião oficial e aí se desenvolveram. Havia, junto dos templos, colégios especiais de encantadores que sistematizavam a demonologia e propagavam o mito da submissão dos espíritos aos «grandes” deuses Anum, Enlil e Ea.
As fórmulas e os ritos mágicos populares eram por eles convertidas em cerimónias solenes, acompanhadas de sacrifícios. Com o curso desta modificação, muitos rituais especiais se compuseram e se integraram mais tarde no culto assírio.
O sacerdócio dos templos oficiais da Babilónia e de outras cidades era muito numeroso e dividia-se em várias categorias, segundo a posição e as funções. Também havia sacerdotisas de diferentes graus afectas ao templo de Sha mash, em Sippar, onde um rei akkadiano lhes construíra uma grande habitação com exploração auxiliar e um vasto jardim com pomar.
Durante o ofício eram ajudadas por um numeroso pessoal composto de cantores e cantoras, de músicos e de toda a espécie de serventes. A função do sacerdote, muito lucrativa, transmitia-se hereditariamente na comunidade familiar. Aquando da partilha dos bens da casa paterna, o sacerdócio era por vezes distribuído pelos filhos, de modo a que cada um pudesse, por sua vez, desempenhar essa função no espaço de um ano e receber os benefícios durante esse tempo.
Se as funções sacerdotais passavam a um filho primogénito, os seus irmãos obtinham uma compensação paga adiantadamente sobre a herança. Os sacerdotes gozavam de imenso prestígio, pois detinham na vida religiosa da Antiguidade a arma poderosíssima que era a adivinhação e também os ínesgotáveis recursos dos templos, constantemente aumentados com as operações de usura."
Fonte: Opinião Socialista Wordpress
Re: A Religião Babilónica
Ter tem, embora gostasse que fosse o Chacal a pegar nisto.
Já agora o que pretendias ver concretamente desenvolvido?
Já agora o que pretendias ver concretamente desenvolvido?
Re: A Religião Babilónica
Então não nos apressemos. Agusrdemos a disponibilidade do Chacal.
Ainda não sei ao certo o que me atrai neste tema, mas que tem alguma coisa isso tem.
Ainda não sei ao certo o que me atrai neste tema, mas que tem alguma coisa isso tem.
Tópicos semelhantes
» A(s) religião(ões) durante a Pré-História recente no ocidente peninsular
» Voodoo a religião dos Haitianos
» A(s) religião(ões) na Proto-História no ocidente peninsular
» FAMÍLIA E RELIGIÃO. Artigo de Flávio Y. Fukuda
» A UMBANDA - História de sua fundação, uma religião genuinamente brasileira
» Voodoo a religião dos Haitianos
» A(s) religião(ões) na Proto-História no ocidente peninsular
» FAMÍLIA E RELIGIÃO. Artigo de Flávio Y. Fukuda
» A UMBANDA - História de sua fundação, uma religião genuinamente brasileira
:: Religiões & Mitologia :: Religiões :: Religiões Extintas (indo-europeias, egípcia, mesopotâmica, pré-históricas etc.)
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Sex Nov 07, 2014 8:37 pm por Mephisto
» Imagens de Sacrificios e Rituais.
Sex Ago 15, 2014 1:59 am por J13K$#N
» Os Protocolos dos Sábios de Sião
Sex Ago 15, 2014 1:32 am por J13K$#N
» A Cura Física e a Cura Espiritual
Sex Ago 15, 2014 12:29 am por J13K$#N
» Constantine - filme
Ter Ago 05, 2014 8:15 pm por J13K$#N
» Clube da Luta (filme)
Ter Ago 05, 2014 7:58 pm por J13K$#N
» EXU NA UMBANDA
Ter Ago 05, 2014 12:01 am por J13K$#N
» Lúcifer - O Pai Da Mentira.
Dom Jul 27, 2014 2:01 am por J13K$#N
» The Matrix Revolutions - filme
Sex Jul 25, 2014 12:23 am por J13K$#N