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A(s) religião(ões) na Proto-História no ocidente peninsular

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Mensagem por Chacalnegro Dom Fev 17, 2013 3:18 pm

Antes de mais importa esclarecer o conceito de Proto-História e desenvolver os aspectos culturais deste período em Portugal.
Como todos sabemos, a passagem da Pré-História à História faz-se a partir do momento em que o Homem utiliza a escrita como alternativa de comunicação. É um processo assimétrico e evolui durante um largo período de tempo. Supõe-se que os documentos escritos mais antigos tenham surgido no Egipto, durante o período Pré-Dinástico como forma de controlo contabilidade. Ao que parece, os primeiros "documentos" são pequenas "etiquetas" encontradas no túmulo do famoso Rei Escorpião, responsável pela unificação de parte do Egipto. Identificam, basicamente, cidades e a respectiva quantificação tributária ao Estado egípcio, em vias de centralização.
Volvidos 500 anos aparece a escrita na Suméria, ideográfica (tal como a egípcia) e, por volta de 1300 a.C. aparece a primeira escrita alfabética, nas cidades do Mediterrâneo oriental, nomeadamente em Biblos.

São os fenícios os responsáveis pela introdução da escrita na Península Ibérica, por volta de 800 a.C e esta rapidamente evolui para uma forma local, a "escrita do sudoeste", ainda não completamente decifrada. No entanto, como o seu uso era bastante restrito e não se pode dizer que houvesse o desenvolvimento de uma literatura, a este período deu-se o nome de Proto-História. Ou seja, a escrita era conhecida, mas era muito pouco utilizada.
Em termos cronológicos, a Proto-História na Península Ibérica divide-se em dois períodos distintos: a Idade do Bronze e a Idade do Ferro, cuja designação tem precisamente a ver com a introdução destes dois metais.

Idade do Bronze 1300 a.C. a 700 a.C.

Durante este período há uma forte fragmentação demográfica, desaparecendo os grandes povoados do Calcolítico (provavelmente por um excesso de pressão sobre o recursos naturais) e aparecem numerosos pequenos povoados fortificados, geralmente em sítios altos, com uma forte fragmentação regional, sendo que cada área é dominada por um povoado central.
Há um desenvolvimento artefactual bastante forte, aparecendo importantes inovações sobretudo ao nível do armamento que beneficiou directamente da introdução da metalurgia do bronze. Multiplicam-se as espadas, punhais, alabardas etc.
Ao nível religioso, parece haver a uma inversão continental para o sistema de crenças indo-europeu, o que aponta a chegada de imigrantes vindos do norte/centro da Europa.
Como sempre, há a manutenção do culto dos mortos, cuidadosamente enterrados em áreas específicas, com espólio mais ou menos abundante. A presença frequente de armamento na sepulturas sugere a exaltação das virtudes guerreiras. Por outro lado, a monumentalidade funerária da épocas precedentes desapareceu quase por completo, passando os enterramentos as ser feitos em pequenas "caixas" de lajes de pedra ou, mais raramente em grandes urnas de cerâmica. Por vezes, surgem estelas (lages de pedra fincadas ao alto) com gravações representando guerreiros equipados com o respectivo armamento e numerosos objectos de status, como o sejam fíbulas, pentes, espelhos, pinças etc. Uma das mais importantes representações encontra-se na estela de Ervidel (Beja), em que o guerreiro aparece com toda esta panóplia de objectos, ainda está acompanhado por um cão e dois inimigos mortos. O além-túmulo é, portanto, um espelho da vida terrena do defunto, mas em função da bravura e coragem com que combateu durante a vida.

Parece haver uma um culto generalizado das forças da natureza, as quais eram adoradas não só em função da sua benevolência, mas também da sua força destruidora (em certa medida relacionada com as actividades guerreiras). Os locais de culto situam-se em penhascos, rios, fontes, florestas ou outras marcas importantes na paisagem nas quais eram deixadas oferendas e os mais variados objectos votivos.
As actividades de culto incluiam o sacrifício de animais, supostamente sacrifícios humanos e a entrega de bens alimentares ou objectos "preciosos". Por vezes eram oferecidas pequenas figurinhas em bronze substituindo o animais ou as pessoas sacrificados. O "carro de Vilela" é um destes modelos em bronze, que mostra uma procissão sacrificial sobre um carro, onde vão os ofertantes, oficiantes e os animais a sacrificar.
Um dos sítios de culto situar-se-ia no Tejo, junto a Cacilhas, onde foi recuperada uma espada de bronze, ofertada ao rio.
Infelizmente não são conhecidos os nomes das divindades nem os seus atributos exactos.

Idade do Ferro - 700 a.C. à conquista romana

A sociedade pouco se alterou durante a Idade do Ferro, embora e assista a contactos exógenos de uma forma bastante mais intensa. Sabe-e que no final da 1ª Idade do Ferro chegam à Península Ibérica importantes contingentes de celtas, vindos da Europa central. Do mesmo modo, a partir do final da Idade do Bronze surgem os primeiros contactos com mercadores fenícios, os quais se vão intensificando ao longo de toda a Idade do Ferro e influencia significativamente a sociedade e a religião das áreas mais meridionais da Península.

Como não podia deixar de ser, mantém-se e intensifica-se o culto dos mortos, os quais são acompanhados por um espólio ainda mais exuberante que inclui não só as peças do fundo cultural autóctone (armamento e cerâmicas locais) mas também artefactos de importação o mais exótico possível, de modo a demonstrar a riqueza do defunto. Estão presentes jóias em ouro, escaravelhos de cerâmica egipcios, ovos de avestruz pintados, cerâmica grega. O melhor exemplo disto podemos encontrá-lo na necrópole do Olival do Senhor dos Mártires (Alcácer do Sal).
Há claramente uma mutação no rito fúnebre que passa a incluir a cremação dos cadáveres (embora, ainda sobreviva, em paralelo, a prática da inumação).

Ainda como forma de destaque das "artes bélicas", eram esculpidas estátuas de guerreiros em grande número, as quais sobreviveram até aos nossos dias, no Noroeste Peninsular. Não é muito claro quem representam, embora se possa conjecturar que fossem uma forma de homenagem aos guerreiros mortos.

Graças a numerosas epígrafes romanas é possível conhecer os nomes das divindades (que sobreviveram até à Época Romana) a quem se prestava culto durante a Idade do Ferro. Parece haver a manutenção dos deuses ligados às forças naturais, sendo o deus Endovélico o mais conhecido e com maior dispersão territorial, sobretudo no centro de Portugal e Estremadura espanhola. Endovélico seria inicialmente uma divindade guerreira, senhor do trovão, ao qual foram atribuídas, mais tarde, a funções de senhor do submundo, encaminhador das almas e sanador de males físicos à semelhança de Esculápio. Era simbolizado, entre outra coisas, pelo javali e o seu principal santuário encontra-se em S. Miguel da Mota (Alandroal).
Ocupando a mesma faixa territorial (embora também com uma representação significativa no baixo vale do Guadiana), encontramos Ataegina, a deusa da fertilidade e renascimento que prestava auxílio aos guerreiros em campo de batalha. Um dos seu lugares de culto principais poderá ter sido em Garvão (Ourique), onde foi descoberto um depósito votivo de grandes dimensões. Aqui foram deixados centenas de recipientes cerâmicos, placas de ouro e prata, objectos de vidro cujo ritual de fundação incluiu o sacrifício de uma mulher da qual foi deixado o crânio numa caixa formada por várias pedras.

Outra divindade de grande importância, Trebaruna, vinda claramente do panteão indo-europeu, seria também uma deusa ligada ao auxílio militar, mas também com a função de protectora da família e do lar.
Para além destes deuses, há muitos mais, dos quais pouco se sabe mas que deveriam ser as figuras tutelares ou génios das regiões de onde o seu culto é originário: Nabia (deus dos rios), Larauco, Bandua, Bormanico, Nantosvelta, Arabo, Epona, Erbina, etc.

Nas regiões mais ligadas à influência fenícia, verifica-e a adopção de divindades sincréticas que fazem a ligação do mundo indo-europeu a Tanit, Melkart e Baal, deuses claramente semitas.
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