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FAMÍLIA E RELIGIÃO. Artigo de Flávio Y. Fukuda
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FAMÍLIA E RELIGIÃO. Artigo de Flávio Y. Fukuda
Como me foi ensinado por um amigo e irmão querido do colégio: “Nem à frente, nem atrás,
mas sim caminhando lado a lado”, de fato, a religião é o remédio da alma e fazendo uma
comparação análoga com o da matéria, quando ingerido em dose insuficiente não nos faz efeito,
no entanto uma super dosagem também nos é prejudicial.
Independente da maneira através da qual Oxalá tenha se manifestado em nossa
religiosidade, esta é apenas um chamamento na atual passagem terrena para retomarmos aquilo
que já nos pertencia e, ironicamente, percebe-se que na maior parte dos casos, ocorre
inicialmente uma rejeição, mas que aos poucos vagarosamente vai cedendo e tornando-se algo
indispensável a nossa vida. E a partir de então nos transformamos em pessoas melhores com
todos a nossa volta, no entanto inconscientemente acabamos por esquecer que a caridade deve
começar dentro de casa.
Junto com o novo vem uma série de questionamentos e não tardamos em partir em busca
de respostas. Livros e mais livros, cursos e mais cursos diariamente e sem que nos demos conta
imergimos de segunda a segunda nesta jornada, o que nos coloca numa linha tênue entre o
equilíbrio e o fanatismo, sendo conduzidos de encontro à mãe Logunã.
Relato um pouco sobre mim que fui um destes casos. Esposa recuperando-se de um
tratamento de câncer e filhas gêmeas de nove anos, muitas foram as vezes que as deixei só, em
busca de que me fosse ensinado mais e mais. Praticamente todos os dias fora de casa a solidão
aos poucos invadia o meu lar. Por anos nunca perdi ou atrasei-me para uma gira ou curso, pois a
religião era prioridade e minha família, segundo plano. O tempo foi-se passando e o sorriso pelo
qual me apaixonei, vagarosamente estava esmaecendo-se. Já não tinha mais tempo de apoiá-la
na luta contra a doença bem como de ouvir o doce “Papai!” das minhas pequenas, uma vez que
mais do que tudo desejava ser um multiplicador da nossa religião e eu constantemente pedia em
minhas orações poder viver apenas em função disto.
Percebendo o grau de desequilíbrio em que eu estava prestes a entrar, irmãos do Colégio
intervieram, chamando-me para a razão e fizeram com que eu percebesse o quão tolo eu estava
agindo, voltando desta forma para a realidade.
Hoje percebo a maneira que Olorum age em nossa vida. Quanto mais eu achava que a
minha família atrapalhava-me mais ele proporcionava situações em que nós deveríamos ficar
unidos, quanto mais eu pedia para largar o emprego, mais promoções de cargo eu recebia para
trabalhar com mais afinco.
Preparo-me para ser sim um multiplicador, mas agora com equilíbrio e atento para dar a
cada coisa o seu devido espaço na minha vida.
Façam o bem para os de fora sim, mas não se esqueçam dos de dentro.
À minha família perdão pelo meu descuido e aos irmãos do Colégio Pai Benedito de Aruanda, o
meu muito obrigado e como disse Antoine Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe “... cada um
que passa na nossa vida não passa
mas sim caminhando lado a lado”, de fato, a religião é o remédio da alma e fazendo uma
comparação análoga com o da matéria, quando ingerido em dose insuficiente não nos faz efeito,
no entanto uma super dosagem também nos é prejudicial.
Independente da maneira através da qual Oxalá tenha se manifestado em nossa
religiosidade, esta é apenas um chamamento na atual passagem terrena para retomarmos aquilo
que já nos pertencia e, ironicamente, percebe-se que na maior parte dos casos, ocorre
inicialmente uma rejeição, mas que aos poucos vagarosamente vai cedendo e tornando-se algo
indispensável a nossa vida. E a partir de então nos transformamos em pessoas melhores com
todos a nossa volta, no entanto inconscientemente acabamos por esquecer que a caridade deve
começar dentro de casa.
Junto com o novo vem uma série de questionamentos e não tardamos em partir em busca
de respostas. Livros e mais livros, cursos e mais cursos diariamente e sem que nos demos conta
imergimos de segunda a segunda nesta jornada, o que nos coloca numa linha tênue entre o
equilíbrio e o fanatismo, sendo conduzidos de encontro à mãe Logunã.
Relato um pouco sobre mim que fui um destes casos. Esposa recuperando-se de um
tratamento de câncer e filhas gêmeas de nove anos, muitas foram as vezes que as deixei só, em
busca de que me fosse ensinado mais e mais. Praticamente todos os dias fora de casa a solidão
aos poucos invadia o meu lar. Por anos nunca perdi ou atrasei-me para uma gira ou curso, pois a
religião era prioridade e minha família, segundo plano. O tempo foi-se passando e o sorriso pelo
qual me apaixonei, vagarosamente estava esmaecendo-se. Já não tinha mais tempo de apoiá-la
na luta contra a doença bem como de ouvir o doce “Papai!” das minhas pequenas, uma vez que
mais do que tudo desejava ser um multiplicador da nossa religião e eu constantemente pedia em
minhas orações poder viver apenas em função disto.
Percebendo o grau de desequilíbrio em que eu estava prestes a entrar, irmãos do Colégio
intervieram, chamando-me para a razão e fizeram com que eu percebesse o quão tolo eu estava
agindo, voltando desta forma para a realidade.
Hoje percebo a maneira que Olorum age em nossa vida. Quanto mais eu achava que a
minha família atrapalhava-me mais ele proporcionava situações em que nós deveríamos ficar
unidos, quanto mais eu pedia para largar o emprego, mais promoções de cargo eu recebia para
trabalhar com mais afinco.
Preparo-me para ser sim um multiplicador, mas agora com equilíbrio e atento para dar a
cada coisa o seu devido espaço na minha vida.
Façam o bem para os de fora sim, mas não se esqueçam dos de dentro.
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meu muito obrigado e como disse Antoine Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe “... cada um
que passa na nossa vida não passa
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