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Na Prosa de Cépticos
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Na Prosa de Cépticos
"Avaliar as crenças e amostras de personalidade dos nossos interlocutores, a partir do cepticismo, do pessimismo, da desconfiança, da estranheza, da ambiguidade, da empatia, da concordância, da flexibilidade?
Interesso-me por alguma coisa? Cepticismo, serei Céptico sem o saber? Sei que não me detenho nele, avanço. Cepticismo é por certo inibidor, é nocivo à mudança ou, mais importante, à edificação, à originalidade da descoberta. E o contrário? Por certo também será e não sinto a veracidade quer de um lado, quer do outro. Falo de uma forma como de outra, pois sou para além de uma e outra coisa. Defesas – umas picadas por abelhas, umas por mosquitos.
Vivo. Não sei onde estou nem sei se consigo ver as paisagens agora, sem óculos. Verei mesmo mal? Os óculos estarão bem colocados ou os olhos mal feitos? Subo pela parede, tentando encontrar alguma coisa nova, mas não contrario as velhas, velhas passadas.
Haverá mesmo alguma coisa que realmente me agrade? E se não tiver culpa quando deixarem de me agradar? Tenho pouco poder sobre as verdades e vou questionando, aumentando as minhas alturas. Há mistura de tonalidades ideológicas. Cepticismo é crítica e é flagelo aos marasmos, às hipocrisias. Ou é o contrário? Sei lá, ainda sou novo para estas coisas. E mais, não podiam ter criado o calendário anual de um outro modo? Não entendo deveras coisas que não fui eu a fazer, sendo que para quem não entende qualquer coisa em relação à liberdade ou disposições de libertação aos ritmos comuns, basta dizer-se algo muito simples: o Homem desde que se conhece é um animal céptico e é níveo de cepticismo. Como que de repente, com vontade desconfio das pessoas, sou céptico para com as suas ideologias e razões, isto deveras sei, referindo-me também às suas religiões e às suas devoções. O que é que ganham com tais ardis? Alcançam se é positivo ou negativo e gostam ou não? Independentemente, que provem algo a si mesmas.
O cepticismo forma-se debaixo do embate dos erros com os proveitos, através da confiança e da ausência destes em terceiros. O mundo é um lugar bonito, que me revelou pequeníssimos ornamentos de si mesmo e, apesar de cruel, nele habito com luxo e luxúria, o que me levou a pensar numa multidão de criaturas, humanas ou não-humanas; um uivo de um lobo; as galinhas são cépticas em relação à tranquilidade de um silêncio e as raposas cépticas em relação à facilidade de uma caça nocturna. Predador ou presa? Cepticismo, observação, instinto, arrogância.
Compareça-se e escolhe-se a cor. Escolhas, estadias. Conhecimentos imitam-se e não se fundamentam, porque inicialmente não o foram. Irracionalidade, torneira oca. As pessoas têm indefinidamente que conversar umas com as outras e mostrar o que fizeram, o que sabem, e se provas não lhes são pedidas daquilo por que proclamam, porquê não se inventar, exagerar um pouco? Afinal, ambas as partes ao entenderem que pedir respostas, contrariar, analisar, perder o impulso de abanar a cabeça, duvidar e mostrar cepticismo, não são defeitos nem pretensionismos, quase tudo melhorava já que a naturalidade é coisa desenroladora; somente difícil.
Tenho uma varanda, com relva curta e com vista para a areia, longe de mar e rio. Não vieram em garrafas verdes e afogadas nos oceanos, mas encontrei uns pergaminhos fúlgidos e probos, enrolados, gentilmente, antes de ontem. Mão na garrafa, diz o primeiro pergaminho isto… – perfume harmónico, livre – … que passo a citar: “É frequente encarar cepticismo como algo positivo, tal como a dúvida. Não estará o cepticismo na origem das maiores indecisões? Não será ele o inibidor de toda a exploração? A única força capaz de nos fazer desacreditar a nossa vontade e a nossa intuição? O cepticismo sublima a dúvida, a ponto de nos fazer duvidar da
sua consistência. A ponto de nos calar. Dizemos que somos cépticos em relação ao mundo. Será? Não será que estamos a desacreditar a nossa própria visão e, nessa medida, a impedirmos de a exercer? A “pôr-nos a salvo”? A impedir-nos de explorar as nossas próprias dúvidas e avançar? Nietzsche apercebeu-se de que o cepticismo passou a servir a continência e não o progresso. Eu entendo que serve para caçar bruxas. A dúvida não tem que ser sistemática ou ficar por esclarecer. O cepticismo é sistemático. Como se esse compasso de espera fosse forçoso. Nietzsche fala nesse tipo de cepticismo. E eu reconheço-o na nossa sociedade. O exemplo que dei do Agnóstico e do Ateísta, foi extraído de uma tradução de uma entrevista ao Douglas Adams, um ateísta e relaciona-se totalmente com esse cepticismo” (este
primeiro pergaminho vem assinado por Outubro). Mão na garrafa, diz o segundo pergaminho isto… – aspecto esbranquiçado e agradável, leve – … que passo a citar: “Relativamente a realidades absolutas, há que dizer que não existem. O que existe é percepção da realidade".
Cada indivíduo entende a realidade de acordo com a sua sensibilidade e experiência. Isto afecta directamente o cepticismo/dúvida. Na minha opinião, o Cepticismo não é inibidor de nada, a não ser da existência da dúvida. A partir do momento em que provas a tua verdade não há lugar à dúvida. O cepticismo é percursor de conhecimento. Um céptico não invalida nada que lhe seja provado. Invalida apenas o que não tem prova possível e não faz parte do senso comum. Toda esta realidade é percussionada pelo cepticismo em relação a toda a informação que nos querem impor. O cepticismo proporciona-nos a vontade de ver toda a panóplia de informação imposta desmontada, analisada e consequentemente provada (ou
não). De qualquer forma, confere o poder de decidir a aceitação ou rejeição da mesma. O facto de existirem factores de contraproducência (ex: poderes instituídos, crendices ou whatever) e o facto provado de que a maioria cede a essas pressões destaca-nos como percursores de conhecimento. Somos um dos vários grupos de inconformados existentes no mundo (este segundo pergaminho vem assinado por Sombra). Mão na garrafa, diz o terceiro pergaminho isto… – acabamento rijo, peculiar estética – … que passo a citar: “Como é que destróis dogmas sem cepticismo? Como é que negas os dogmas veementemente? Com outros dogmas? Ou com uma atitude céptica? Falas em argumentação irracional. Como é que chegas à conclusão de que é irracional sem uma postura científica e prática? Como é que questionar a “veracidade de uma alegação” pode ser considerado inércia? O ir à procura de respostas é capaz de ser a melhor antítese de inércia que me ocorreu nos últimos cinco minutos.” (este terceiro pergaminho vem assinado por ALBERTO).
Os neurónios, os pergaminhos me pintaram. Guardo comigo todos os pergaminhos, que são úteis, simpáticos, que me ensinam e que trocarão mais perspectivas amanhã. Ao estender os desejos pelo chão, guardo espaço na pele para mais falas, efeitos e dúvidas, mas eu duvidei de alguma coisa ou fiz duvidar? Sábados, sons, mais tarde, já me colocam em andamento, empalando vazios e exilando derrotas carpete abaixo. Remo mais para a frente, para as colinas e terras intelectualmente compenetradas a viver em mim. Cépticas, piscam, propulsoras das pessoas, vadias."
Autor: Mosath
Titulo original: Na prosa de cépticos
Fonte: Infernus -ORGÃO OFICIAL DE EXPRESSÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SATANISMO N.º 7 · IX/V Era APS pp. 18 e 19.
Interesso-me por alguma coisa? Cepticismo, serei Céptico sem o saber? Sei que não me detenho nele, avanço. Cepticismo é por certo inibidor, é nocivo à mudança ou, mais importante, à edificação, à originalidade da descoberta. E o contrário? Por certo também será e não sinto a veracidade quer de um lado, quer do outro. Falo de uma forma como de outra, pois sou para além de uma e outra coisa. Defesas – umas picadas por abelhas, umas por mosquitos.
Vivo. Não sei onde estou nem sei se consigo ver as paisagens agora, sem óculos. Verei mesmo mal? Os óculos estarão bem colocados ou os olhos mal feitos? Subo pela parede, tentando encontrar alguma coisa nova, mas não contrario as velhas, velhas passadas.
Haverá mesmo alguma coisa que realmente me agrade? E se não tiver culpa quando deixarem de me agradar? Tenho pouco poder sobre as verdades e vou questionando, aumentando as minhas alturas. Há mistura de tonalidades ideológicas. Cepticismo é crítica e é flagelo aos marasmos, às hipocrisias. Ou é o contrário? Sei lá, ainda sou novo para estas coisas. E mais, não podiam ter criado o calendário anual de um outro modo? Não entendo deveras coisas que não fui eu a fazer, sendo que para quem não entende qualquer coisa em relação à liberdade ou disposições de libertação aos ritmos comuns, basta dizer-se algo muito simples: o Homem desde que se conhece é um animal céptico e é níveo de cepticismo. Como que de repente, com vontade desconfio das pessoas, sou céptico para com as suas ideologias e razões, isto deveras sei, referindo-me também às suas religiões e às suas devoções. O que é que ganham com tais ardis? Alcançam se é positivo ou negativo e gostam ou não? Independentemente, que provem algo a si mesmas.
O cepticismo forma-se debaixo do embate dos erros com os proveitos, através da confiança e da ausência destes em terceiros. O mundo é um lugar bonito, que me revelou pequeníssimos ornamentos de si mesmo e, apesar de cruel, nele habito com luxo e luxúria, o que me levou a pensar numa multidão de criaturas, humanas ou não-humanas; um uivo de um lobo; as galinhas são cépticas em relação à tranquilidade de um silêncio e as raposas cépticas em relação à facilidade de uma caça nocturna. Predador ou presa? Cepticismo, observação, instinto, arrogância.
Compareça-se e escolhe-se a cor. Escolhas, estadias. Conhecimentos imitam-se e não se fundamentam, porque inicialmente não o foram. Irracionalidade, torneira oca. As pessoas têm indefinidamente que conversar umas com as outras e mostrar o que fizeram, o que sabem, e se provas não lhes são pedidas daquilo por que proclamam, porquê não se inventar, exagerar um pouco? Afinal, ambas as partes ao entenderem que pedir respostas, contrariar, analisar, perder o impulso de abanar a cabeça, duvidar e mostrar cepticismo, não são defeitos nem pretensionismos, quase tudo melhorava já que a naturalidade é coisa desenroladora; somente difícil.
Tenho uma varanda, com relva curta e com vista para a areia, longe de mar e rio. Não vieram em garrafas verdes e afogadas nos oceanos, mas encontrei uns pergaminhos fúlgidos e probos, enrolados, gentilmente, antes de ontem. Mão na garrafa, diz o primeiro pergaminho isto… – perfume harmónico, livre – … que passo a citar: “É frequente encarar cepticismo como algo positivo, tal como a dúvida. Não estará o cepticismo na origem das maiores indecisões? Não será ele o inibidor de toda a exploração? A única força capaz de nos fazer desacreditar a nossa vontade e a nossa intuição? O cepticismo sublima a dúvida, a ponto de nos fazer duvidar da
sua consistência. A ponto de nos calar. Dizemos que somos cépticos em relação ao mundo. Será? Não será que estamos a desacreditar a nossa própria visão e, nessa medida, a impedirmos de a exercer? A “pôr-nos a salvo”? A impedir-nos de explorar as nossas próprias dúvidas e avançar? Nietzsche apercebeu-se de que o cepticismo passou a servir a continência e não o progresso. Eu entendo que serve para caçar bruxas. A dúvida não tem que ser sistemática ou ficar por esclarecer. O cepticismo é sistemático. Como se esse compasso de espera fosse forçoso. Nietzsche fala nesse tipo de cepticismo. E eu reconheço-o na nossa sociedade. O exemplo que dei do Agnóstico e do Ateísta, foi extraído de uma tradução de uma entrevista ao Douglas Adams, um ateísta e relaciona-se totalmente com esse cepticismo” (este
primeiro pergaminho vem assinado por Outubro). Mão na garrafa, diz o segundo pergaminho isto… – aspecto esbranquiçado e agradável, leve – … que passo a citar: “Relativamente a realidades absolutas, há que dizer que não existem. O que existe é percepção da realidade".
Cada indivíduo entende a realidade de acordo com a sua sensibilidade e experiência. Isto afecta directamente o cepticismo/dúvida. Na minha opinião, o Cepticismo não é inibidor de nada, a não ser da existência da dúvida. A partir do momento em que provas a tua verdade não há lugar à dúvida. O cepticismo é percursor de conhecimento. Um céptico não invalida nada que lhe seja provado. Invalida apenas o que não tem prova possível e não faz parte do senso comum. Toda esta realidade é percussionada pelo cepticismo em relação a toda a informação que nos querem impor. O cepticismo proporciona-nos a vontade de ver toda a panóplia de informação imposta desmontada, analisada e consequentemente provada (ou
não). De qualquer forma, confere o poder de decidir a aceitação ou rejeição da mesma. O facto de existirem factores de contraproducência (ex: poderes instituídos, crendices ou whatever) e o facto provado de que a maioria cede a essas pressões destaca-nos como percursores de conhecimento. Somos um dos vários grupos de inconformados existentes no mundo (este segundo pergaminho vem assinado por Sombra). Mão na garrafa, diz o terceiro pergaminho isto… – acabamento rijo, peculiar estética – … que passo a citar: “Como é que destróis dogmas sem cepticismo? Como é que negas os dogmas veementemente? Com outros dogmas? Ou com uma atitude céptica? Falas em argumentação irracional. Como é que chegas à conclusão de que é irracional sem uma postura científica e prática? Como é que questionar a “veracidade de uma alegação” pode ser considerado inércia? O ir à procura de respostas é capaz de ser a melhor antítese de inércia que me ocorreu nos últimos cinco minutos.” (este terceiro pergaminho vem assinado por ALBERTO).
Os neurónios, os pergaminhos me pintaram. Guardo comigo todos os pergaminhos, que são úteis, simpáticos, que me ensinam e que trocarão mais perspectivas amanhã. Ao estender os desejos pelo chão, guardo espaço na pele para mais falas, efeitos e dúvidas, mas eu duvidei de alguma coisa ou fiz duvidar? Sábados, sons, mais tarde, já me colocam em andamento, empalando vazios e exilando derrotas carpete abaixo. Remo mais para a frente, para as colinas e terras intelectualmente compenetradas a viver em mim. Cépticas, piscam, propulsoras das pessoas, vadias."
Autor: Mosath
Titulo original: Na prosa de cépticos
Fonte: Infernus -ORGÃO OFICIAL DE EXPRESSÃO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SATANISMO N.º 7 · IX/V Era APS pp. 18 e 19.
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