Uma Antiga Tábua de Ouija

Na corte de Constantinopla assistiu-se ao desenrolar de uma historia de magia e conspiração, politica e paganismo. Corria o ano de 371 D.C, no reinado do imperador cristão Valente, e Patrício e Hilário eram acusados de ter recorrido à adivinhação para descobrir quem ocuparia em seguida o trono imperial.

Patrício e Hilário tinham utilizado um dispositivo semelhante à moderna tábua de Ouija. Haviam colocado um prato metálico, gravado com 24 letras do alfabeto grego, sobre um tripé de madeira. Um vidente trajado de linho, envolto em fumo de incenso e dirigindo preces a um deus pagão (provavelmente Apolo, deus da profecia), segurava um anel suspenso acima do prato. À medida que o espírito o fazia mover, o anel começara a agitar-e e a apontar letras, formando palavras.

Quando o vidente fez a pergunta crucial acerca do sucessor do imperador, o anel começara a indicar as primeiras letras de um nome: T-E-O... Nesse momento um dos participantes adivinhou que o homem nomeado era Teodoro, e assim, a sessão foi dada por terminada.

Embora os participantes tivessem jurado segredo, em breve foram revelados pormenores da sessão, e Patrício e Hilário foram executados acusados de traição. O mesmo aconteceu a Teodoro, embora este nem sequer tivesse sabido da sessão.

Ironicamente, passados anos, quando Valente morreu, o seu sucessor foi... Teodósio.

Fonte: Histórias Surpreendentes da Antiguidade, Selecções dos Reader's Digest (1995)

Olha, muito interessante! O uso de tigelas com inscrições para adivinhação eram muito comuns, sobretudo na Mesopotâmia, mas nunca tinha percebido o processo.