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Mensagem por Mephisto Dom Fev 17, 2013 3:28 am

O APOCALIPSE CABALIASTICO.

Seria difícil escapar às provas indiscutíveis de que o Apocalipse é obra de um cabalista iniciado, visto que essa Revelação apresenta passagens inteiras tomadas do Livro de Enoch e Daniel, sendo o segundo uma imitação abreviada do primeiro; e visto que, além disso, os gnósticos ofitas, que rejeitavam por completo o Antigo Testamento, por "provir de um ser inferior" (Jeová), aceitavam os profetas mais antigos, tais como Enoch, baseando sua fé nos ensinamentos desse livro. Mostraremos mais adiante como todos essas doutrinas estão estritamente relacionadas. Além disso, há a história das perseguições domicianas de mágicos e filósofos, que fornece uma prova tão boa como outra de que João era geralmente considerado um cabalista. Como o apóstolo havia sido incluído no rol dos cabalistas, sendo ademais de grande renome, o edito imperial o baniu não apenas de Roma, mas até do continente. Não eram os cristãos que - confundindo-os com os judeus, como o fazem vários historiadores - o imperador perseguia, mas os astrólogos e cabalistas.

JESUS CONSIDERADO COMO UM ADEPTO.

As acusações feitas a Jesus de praticar a magia egípcia foram numerosas, e, a um certo momento, universais, nas cidades em que ele era conhecido. Os fariseus, como afirma a Bíblia, foram os primeiros a acusá-lo, embora o Rabino Wise seja da opiniões de que o próprio Jesus era um fariseu. O Talmude assinala claramente que Tiago, o Justo, pertencia a essa seita, Mas esses sectários são conhecidos por terem sempre lapidado todos os profetas que lhes denunciam as más ações, e não é sobre esse fato que assentamos nossa afirmação. Eles o acusaram de feitiçaria, e de expulsar os demônios por Belzebu, seu príncipe, e com mais razão do que o clero católico, que mais tarde lançou a mesma acusação sobre mais de um mártir inocente. Mas Justino, o Mártir, afirma, com base em melhores autoridades, que os homens de sua época que não eram judeus sustentavam que os milagres de Jesus foram realizados por arte mágica a mesma expressão utilizada pelos céticos daqueles dias para designar os atos de taumaturgia realizados nos templos pagãos. "Eles se arriscaram até a chamá-lo de mago e enganador do povo", lamenta o mártir. No Evangelho de Nicodemos (os Acta Pilati), os judeus apresentam a mesma acusação na presença de Pilatos. "Não te falamos que ele era um mago?" (Evangelho segundo Nicodemos, II, 3 (Hone e Grynaeus.). Celso admite a mesma acusação, e como um neoplatônico acredita nela. A literatura talmúdica está repleta de detalhes minuciosos, e sua maior acusação é de que "Jesus podia voar tão facilmente pelos ares como os outros podem caminhar". (Talmud: Yôhânân.). Santo Agostinho afirmou que era crença geral de que ele havia sido iniciado no Egito, e de que escrevera livros a respeito da Magia, transmitidos a João. Havia uma obra intitulada Magia Jesu Christi que foi atribuída ao próprio Jesus. Nas Aprovações clementinas lança-se a acusação a Jesus de não realizar seus milagres como um profeta judeus, mas como um mago, i.e., um iniciado dos templos "pagãos". (Magia Jesu Christi I, LVIII.)

Era então comum, como ainda o é hoje, entre o clero intolerante das religiões antagônicas, assim como entre as classes mais baixas da sociedade, e mesmo entre os patrícios que, por várias razões, haviam sido excluído de qualquer participação dos mistérios, acusar, às vezes, os mais altos hierofantes e adeptos de feitiçaria e magia negra. Assim, Apuleio, que havia sido iniciado, foi igualmente acusado de bruxaria, e de trazer consigo a imagem de um esqueleto - um poderoso agente, como se afirma, nas operações da arte negra. Mas uma das melhores e mais inquestionáveis provas de nossa afirmação pode ser encontrada no chamado Museo Gregoriano. Sobre o sarcófago, que é adornado de baixos-relevos que representam os milagres de Cristo, pode-se ver a figura de Jesus, que, na ressurreição de Lázaro, aparece sem barba "e equipado com um bastão na atitude clássica de um necromante, ao passo que o cadáver de Lázaro está embalsamado exatamente como uma múmia egípcia". (King The Gnostics, p. 145 (1º ed.); o autor situa esse sarcófago entre as primeiras produções dessa arte que mais tarde inundou o mundo com mosaico e estampas representando as cenas e os personagens do "Novo Testamento".)

O SIGNIFICADO DE DEUS ENCARNADO.

Tudo isso aponta inegavelmente para o fato de que, com exceção de alguns raros autodenominados cristãos que posteriormente triunfaram, toda a porção civilizada dos pagãos que conheciam Jesus honrava-o como um filósofo, um adepto a quem colocavam no mesmo nível de Pitágoras e Apolônio. Donde então essa veneração de sua parte por um homem simples, tal como o representam os sinóticos, um carpinteiro judeu pobre e desconhecido de Nazaré? Enquanto Deus encarnado, tudo o que se diz a seu respeito não resiste ao exame crítico da ciência; enquanto um dos maiores reformadores, inimigo inveterado de todo dogmatismo religioso, perseguidor do fanatismo, mestre de um dos mais sublimes códigos de ética, Jesus é uma das maiores e mais bem-definidas figuras no panorama da história humana. Sua época se perde, gradualmente, nas nuvens do passado; sua teologia, baseada na fantasia humana e sustentada por dogmas indefensáveis, pode, ou melhor, deve perder a cada dia um pouco mais de seu imerecido prestígio; só a grande figura do reformador moral e do filósofo, longe de empalidecer, se torna a cada século mais pronunciada e mais bem-definida. Ela reinará suprema e universal até o dia em que toda a Humanidade reconhecer apenas um pai - o DESCONHECIDO, no alto - e apenas um irmão - toda a Humanidade, embaixo.

Numa carta atribuída a Lêntulo, senador e conhecido historiador, endereçada ao senado romano, acha-se uma descrição da aparência pessoal de Jesus. A carta em si, escrita em péssimo latim, passa por ser uma evidente falsificação, mas nela encontramos uma expressão que sugere muitos pensamentos. Embora falsa, é evidente que aquele que a inventou procurou não obstante seguir estritamente uma tradição. Assim, os cabelos de Jesus são representados como "ondulados e crespos" (...) caindo-lhe sobre os ombros, e "separados ao meio segundo o costume dos nazarenos". Esta última frase mostra: 1º: Que havia uma tradição, baseada na descrição bíblica de João Batista, o nazaria, e dos costumes dessa seita. 2º: Se Lêntulo tivesse sido o autor dessa carta, é difícil acreditar que Paulo nunca tivesse ouvido qualquer menção a ela; e se este tivesse conhecimento de seu conteúdo, ele jamais teria afirmado que é uma vergonha para os homens ter os cabelos longos, infamando assim ao seu Senhor e Deus Cristo. 3º: Se Jesus tivesse os cabelos longos e "separados ao meio, segundo o costume dos nazarenos" (assim como João, o único de seus apóstolos que seguia tal costume), então teríamos mais uma boa razão para dizer que Jesus deve ter pertencido à seita dos nazarenos, motivo pela qual foi chamado de NAZARIA e não por que era habitante de Nazaré, pois aqueles nunca tinham os cabelos longos. O nazireu que se consagrava ao Senhor "não permitirá que a navalha lhe passe pela cabeça". "Ele será sagrado e deixará crescer livremente os cabelos", diz Números (VI,5). Sansão era um nazireu, e.i., consagrado ao serviço de Deus e nos cabelos estava a sua força. "Sobre a sua cabeça não passará navalha, porque o menino será nazireu de Deus desde o ventre da mãe" (Juizes, XIII, 5). Mas a conclusão final a inferir disso é a de que Jesus, que tanto se opôs a todas as práticas judias, não deixaria o cabelo crescer se não pertencesse a essa seita, que nos dias de João Batista já se havia tornado uma heresia aos olhos do Sanhedrin. O Talmude, ao falar dos nazareus ou nazarenos (que abandonavam o mundo, como os iogues e os eremitas hindus), chama-os de seita de médicos, de exorcistas errantes; o mesmo faz Jervis. "Eles percorriam o país, vivendo de esmolas e realizando curas." Epifânio diz que os nazarenos se aproximavam tanto quanto à heresia dos Coríntios, pois, embora possam ter existido "antes ou depois destes, eles são não obstante sincrônicos"; e acrescenta: "todos os cristãos naqueles tempos eram igualmente chamados nazarenos"!

A DOUTRINA DA PERMUTAÇÃO OU REVOLUTIO.

Na primeira observação feita por Jesus a propósito de João Batista, vemo-lo afirmar que este é o "Elias, que deverá vir". Esta afirmação, no caso de não ser uma interpolação posterior para simular o cumprimento de um profecia, dá a entender que Jesus, além de nazareno, também era cabalista e acreditava na reencarnação, pois nesta doutrina só estavam iniciados os essênios, nazarenos e discípulos de Simão, ben-Yohai, de Hillel, sem que nada soubessem dela os judeus ortodoxos nem os galileus. A seita dos saduceus negava a imortalidade da alma.

"Mas o autor desta restitutio foi nosso mestre Mosah, a paz seja com ele! Que foi a revolutio [transmigração] de Seth e de Helbel, para que pudesse cobrir a nudez de seu primeiro pai, Adão", diz a Cabala. Portanto, ao sugerir que João Batista era a revolutio ou transmigração de Elias, Jesus dá provas incontestáveis da escola a que pertencia.

Mas essa doutrina da permutação, ou revolutio, não deve ser entendida como uma crença na reencarnação. Que Moisés era considerado como a transmigração de Abel e Seth não implica que os cabalistas - os que foram iniciados, pelo menos - acreditassem que o espírito idêntico de qualquer dos filhos de Adão reaparecera sob a forma corporal de Moisés. Isso apenas mostra qual o modo de expressão que empregavam para assinalar um dos mistérios mais profundos da Gnose oriental, um dos artigos de fé mais majestosos da Sabedoria Secreta. Esse modo era propositadamente velado a fim de revelar e ocultar a verdade apenas pela metade. Implicava que Moisés, como outros homens divinos, havia alcançado o maior de todos os estados sobre a Terra - o mais raro de todos os fenômenos psicológicos - a união perfeita do espírito imortal com a Díada terrestre. A Trindade estava completa. Um deus havia encarnado. Mas quão raras são essas encarnações!

A EXPRESSÃO, “SOIS DEUSES” PARA OS CABALISTAS.

A expressão "Sois deuses", que, para os nossos estudiosos bíblicos é uma mera abstração, tem para os cabalistas um significado vital. Todo espirito imortal que se irradia sobre um ser humano é um Deus - o Microcosmo do Macrocosmo, parte e parcela do Deus Desconhecido, a Causa Primária de que ele é uma emanação direta. Possui todos os atributos de sua fonte original. Entre esses atributos estão a onisciência e a onipotência. Dotado de tais atributos, mas incapaz de manifestá-los enquanto está no corpo, durante cujo período são obscurecidos, velados e limitados pelas faculdades da natureza física, o homem habitado pela divindade pode elevar-se muito acima de seus semelhantes, pôr em evidência seus conhecimentos divinos e fazer prova de poderes deificos; pois, enquanto o resto dos mortais ao seu redor são ensombrecidos por seu EU divino, com todas as possibilidades de se tornarem imortais durante sua estada aqui, mas sem outra certeza do que seus esforços pessoais para conquistar o reino dos céus, o homem assim eleito já se tornou imortal enquanto está na Terra. Seu prêmio está assegurado. Doravante, ele viverá para sempre na vida eterna. Não apenas ele pode ter "domínio" sobre todas as obras da criação empregando a "excelência" do NOME (o inefável), mas será nesta vida, não, como Paulo afirma, "abaixo dos anjos". (Essa contradição, que é atribuída a Paulo em Hebreus, fazendo-o dizer a propósito de Jesus no cap. I, 4: "Sendo tão superior aos anjos", para afirmar imediatamente a seguir, no cap. II, 9: "Vemos a Jesus, que fora feito, um pouco menor que os anjos", mostra a forma pouco escrupulosa com que os escritos dos Apóstolos foram tratados, se é que estes jamais escreveram o que quer que fosse.)

Os antigos jamais sustentaram o pensamento sacrílego de que tais entidades perfeitas eram encarnações do Supremo, do Deus para sempre invisível. Nenhuma profanação da terrível Majestade ocupava qualquer lugar em suas concepções. Moisés e seus protótipos e tipos eram para eles apenas homens completos, deuses sobre a Terra, pois seus deuses (espíritos divinos) haviam penetrado seus tabernáculos santificados, os corpos físicos purificados. Os antigos chamavam deuses aos espíritos desencarnados dos sábios e heróis. Daí a acusação de politeísmo e de idolatria por parte daqueles que foram os primeiros a antropomorfizar as abstrações mais sagradas e mais puras de seus ancestrais.

O sentido real e oculto dessa doutrina era conhecido por todos os iniciados. Os tannaim o comunicaram aos seus eleitos, os ozarim, nas solenes solidões das criptas e dos lugares desertos. Essa doutrina era esotérica e zelosamente guardada, pois a natureza humana era então igual à que é hoje, e a casta sacerdotal confiava tanto como hoje na supremacia de seu conhecimento, ambicionando a ascendência sobre as massas ignorantes; com a diferença, talvez, de que seus hierofantes podiam provar a legitimidade de suas afirmações e a plausibilidade de suas doutrinas, ao passo que hoje os fiéis devem se contentar com a fé cega.

Enquanto os cabalistas chamavam a essa misteriosa e rara ocorrência da união do espírito com o ônus mortal confiado ao seu cuidado, de "descida do Anjo Gabriel" (sendo este um nome genérico), o Mensageiro da Vida, e o anjo Metatron, e enquanto os nazarenos chamavam de Hibil-Ziwa o Legatus enviado pelo Senhor Excelso, ele era universalmente conhecido como o "Espírito Ungido".

Foi, portanto, a aceitação dessa doutrina que levou os gnósticos a firmarem que Jesus era um homem ensombrecido pelo Cristos, ou Mensageiro da Vida, e que seu lancinante grito na cruz, "Eloi, Eloi, lama shâbahthani", lhe foi arrancado no instante em que sentiu que essa inspiradora Presença o havia finalmente abandonado, pois - como alguns o afirmaram - sua fé também o abandonara quando estava na cruz.

Os primeiros nazarenos, que devem ser alinhados entre as seitas gnósticas, embora acreditando que Jesus era um profeta, sustentavam a seu respeito a mesma doutrina do "ensombrecimento" divino de certos "homens de Deus", enviados para a salvação das nações, e para chamá-las ao caminho do bem. "A mente divina é eterna, e é para luz, disseminada através de esplêndido e imenso espaço (pleroma). É a Geradora dos Aeons. Mas um destes se transforma em Matéria [Caos] produzindo movimento confusos (turbulentos); e por meio de uma parte da luz celeste ele a conformou numa boa constituição para o uso, mas foi o começo de todo o mal. O Demiurgo [da matéria] reclamou as honras divinas. Por conseguinte, Cristo ("o ungido"), o príncipe dos Aeôns [poderes] (expeditus), e, tomando a forma de um devoto judeu (Iesu), deveria conquistá-lo, mas, pondo-o [o corpo] de lado, partiu para as alturas". ("Segundo os nazarenos e os gnósticos, o Demiurgo, o criador do mundo material, não é o Deus supremo", (ver Dunlap, Sõd, tehn Son of the Man.) Explicaremos mais adiante o pleno significado do nome Cristos e o seu sentido místico.

O DOGMA DOS GNÓSTICOS.

E agora, a fim de tornar tais passagens mais inteligíveis, tentaremos definir, da maneira mais breve possível, os dogmas em que, com diferenças insignificantes, quase todas as seitas gnósticas acreditavam. Foi em Éfeso que floresceu nessa época o colégio mais célebre, em que tanto as doutrinas abstratas do Oriente como a filosofia de Platão eram ensinadas. Ele era o foco das doutrinas "secretas" universais; o misterioso laboratório de onde nasceu, vazada na elegante fraseologia grega, a quintessência da filosofia budista, zoroastrista e caldaica. Ártemis, o gigantesco símbolo concreto das abstrações teosófico-panteístas, a grande mão Multimamma, andrógina e padroeira das "escrituras de Éfeso", foi conquistada por Paulo; mas, embora os zelosos convertidos dos apóstolos tenham pretendido queimar todos os livros sobre as "artes curiosas", muitos deles restaram, possibilitando-lhes o estudo assim que o seu zelo esfriou. Foi de Éfeso que se irradiou quase toda a Gnose, que antagonizava ferozmente com os dogmas de Irineu; e foi ainda Éfeso, com seu numerosos ramos colaterais do grande colégio dos essênios, que revelou ser o viveiro de todas as especulações cabalistas que os tannaim haviam trazido do cativeiro. "Em Éfeso", diz J. Matter, "as noções da escola judaica-egípcia haviam então recentemente chegado para engrossar a vasta confluência de doutrinas gregas e asiáticas, de modo que não é de surpreender que os mestres aí se tenham desenvolvido para tentar a combinação da religião recentemente pregada pelo Apóstolo com as idéias há muito estabelecidas nesse local."

Se os cristãos não se tivessem limitado às Revelações de uma pequena nação, aceitando o Jeová de Moisés, as idéias gnósticas jamais teriam sido acusadas de heresia; uma vez desembaraçado de seus exageros dogmáticos, o mundo teria possuído um sistema religioso baseado na pura filosofia platônica, e muito se teria ganho certamente com isso.

Vejamos agora quais são as maiores heresias dos gnósticos. Escolheremos Basilides como o modelo para as nossas comparações, pois todos os fundadores das outras seitas gnósticas se agruparam ao seu redor, como um sistema planetário que toma luz de seu Sol.

Basilides afirma que havia tomado todas as suas doutrinas do Apóstolo Mateus, e de Pedro, através de Gláucias, seu discípulo. De acordo com Eusébio, ele publicou vinte e quatro volumes de Interpretações dos Evangelhos, os quais todos foram queimados, fato que nos faz supor que continham mais verdades do que a escola de Irineu estava preparada para negar. Ele afirma que o Pai desconhecido, Eterno e Incriado, tendo dado nascimento em primeiro lugar ao Nous, à Mente, esta emanou de si mesma o Logos. O Logos (o "Verbo" de João) emanou por sua vez as Phronêsis, as Inteligências (espíritos divino-humanos). Das Phronêsis nasceu Sophia, a sabedoria feminina, e Dynamis - a força. Tais foram os atributos personificados da misteriosa divindade, o quintérnio gnóstico, que simboliza as cinco substâncias espirituais, mas inteligíveis, as virtudes pessoais ou os seres exteriores da divindade desconhecida. Essa é uma idéia eminentemente cabalística. Ela é ainda mais budista. O sistema primitivo da Filosofia Budista - que precedeu em muito Gautama Buddha - baseia-se na substância incriada do "Desconhecido", o Âdi-Buddha (*). Essa Mônada eterna e infinita possui, como próprios de sua essência, cinco atos de sabedoria. Destes, por meio de cinco atos separados de Dhyâna, ela emitiu cinco Dhyâni-Buddhas; estes, como Âdi-Buddha, são imóveis em seu sistema (passivo). Nem Âdi, nem qualquer dos cincos Dhyâni-Buddhas jamais se encarnou, mas sete de suas emanações tornaram-se avatâras, i.e., encarnaram-se nesta Terra.

( * Âdi-Buddha - Os cinco fazem misticamente dez. Eles são Andrógino. "Tendo dividido seu corpo em duas partes, A Sabedoria Suprema tornou-se macho e fêmea" (Manu, livro I, sloka 32). Muitas idéias budistas primitivas se acham no Bramanismo. A idéia predominante de que o último dos Budistas, Gautama, é a nona encarnação de Vishnu, ou o novo Avatâra, é parcialmente refutada pelos Brâmanes, e totalmente rejeitada pelos eruditos teólogos budistas. Estes últimos insistem em que o culto de Buddha é muito mais antigo do que qualquer adoração bramânica dos Vedas, que eles chamam de literatura secular. Os Brâmanes mostram eles, provêm de outros países, e estabeleceram sua heresia sobre as divindades populares já aceitas. Conquistaram a terra pela espada, e conseguiram sepultar a verdade, edificando uma teologia própria sobre as ruínas da Teologia mais antiga de Buddha, que havia prevalecido durante séculos. Eles admitem a divindade e a existência espiritual de alguns dos deuses vedantistas; mas, como no caso da hierarquia angélica cristã, eles acreditam que todas essas divindades são muito inferiores, mesmo aos Buddhas encarnados. Não admitem a criação do universo Físico. Espiritual e invisivelmente, ele existe desde a Eternidade, e só se torna visível para os sentidos humanos. Por ocasião de sua primeira manifestação, Ele foi chamado do Reino do Invisível para o Visível por meio do impulso de Âdi-Buddha - a "Essência". Os Brâmanes computam vinte e duas dessas manifestações visíveis do universo governadas pelos Buddhas, e outras tantas destruições dele, pelo fogo e pela água, em sucessões regulares. Após a última destruição pelo dilúvio, ao fim do ciclo precedente (o cálculo exato, que compreende vários milhões de anos, é um ciclo secreto), o mundo, durante a presente idade de Kali-Yuga - Mahâ- Bhadra-Kalpa - foi governado, sucessivamente, por quatro Buddhas, o último dos quais foi Gautama, "Santo". O quinto, Maitreya- Buddha, está ainda por vir. Ele é o esperado Rei Messias cabalístico, o Mensageiro da Luz, o Saoshyant, o Salvador persa, que virá montado num cavalo branco. É também o Segundo Advento dos cristãos. Ver o Apocalipse de São João.)

Descrevendo o sistema de Basilides, Irineu, citando os gnósticos declara o seguinte:

"Quando o Pai incriado e sem nome viu a corrupção da Humanidade, enviou o seu Nous primogênito ao mundo, na forma de Cristo, para a redenção de todos os que acreditam nele, por meio da força daqueles que fabricaram o mundo [o Demiurgo e seus seis filhos, os genii planetários. Ele surgiu entre os homens como o homem Jesus, e realizou milagres. Esse Cristo não morreu pessoalmente, pois Simão, o Cirenaico, sofreu em seu lugar, emprestando-lhe sua forma corporal, pois a Força Divina, o Nous do Pai Eterno, não é o corpóreo e não pode morrer. Portanto, todos aquele que afirma que Cristo morreu é ainda escravo da ignorância; todo aquele que nega tal afirmação está livre, e compreendeu o desígnio do Pai". (Irineu. Adv. Haer., I, XXIV, 4.).

Até aqui, e tomando-o em seu sentido abstrato, nada vemos de blasfemo neste sistema. Ele pode ser uma heresia contra a teologia de Irineu e Tertuliano (Tertuliano virou ele próprio a mesa, rejeitando, mais tarde, as doutrinas pelas quais lutara com tanto rigor, e tornando-se um montanista.), mas não é certamente sacrílego contra a idéia religiosa em si, e a todo pensador imparcial ela parece muito mais compatível com a dignidade divina do que o antropomorfismo do cristianismo atual. Os cristãos ortodoxos chamavam os gnósticos de Docetae, ou Ilusionistas, por acreditarem que Cristo não sofreu nem poderia sofrer realmente a morte - no corpo físico. Os livros bramânicos mais recentes contêm, de igual modo, muita coisa que repugna ao sentimento e à idéia reverente da Divindade; e, assim como os gnósticos, os Brâmanes explicam as lendas que poderiam chocar a dignidade dos seres espirituais, que se chama de deuses, atribuindo-os a Mâyâ, ou ilusão.

Não se deve esperar que um povo, instruído e nutrido através de séculos sem fim entre todos os fenômenos psicológicos que as nações civilizadas (!) observam, mas rejeitam como incrível ou indignos, tenha seu sistema religioso compreendido, e menos ainda apreciado. As especulações mais profundas e mais transcendentais dos antigos metafísicos da Índia e de outras nações baseiam-se todas nesse grande princípio budista e bramânico que subjaz a todo o conjunto de suas metafísicas religiosas - a ilusão dos sentidos. Tudo o que é finito é ilusão, tudo o que é eterno e infinito é realidade. Forma, cor, o que ouvimos e sentimos ou vemos com nossos olhos mortais, tudo isso só existe na medida em que cada um de nós o concebe através dos sentidos. O universo para um cego de nascença não existe em forma ou cor, mas existe em sua privação (no sentido aristotélico), e é uma realidade para os sentidos espirituais do cego. Vivemos todos sob o poderoso domínio da fantasia. Apenas os originais superiores e invisíveis emanados do pensamento do Desconhecido são seres, formas e idéias reais e permanentes; na Terra, vemos apenas seus reflexos, mais ou menos corretos, e sempre dependentes da organização física e mental da pessoa que os contempla.

Séculos incontáveis antes de nossa era, o Místico hindu Kapila, que é considerado por muitos cientistas como um céptico, uma vez que o julgam com a sua habitual superficialidade, expressou magnificamente essa idéia nos seguintes termos:

"O homem [o homem físico] vale tão pouco que é coisa árdua fazê-lo compreender sua própria existência, e a Natureza. Talvez o que consideramos como universo, e os vários seres que parecem compô-lo, nada tenham de real, e não passem de produto da ilusão contínua - mâyâ - de nossos sentidos".

E diz o moderno Schopenhauer, repetindo essa idéia filosófica de 10.000 anos de idade: "A Natureza não existe per se (...) A Natureza é a ilusão infinita de nossos sentidos." Kant, Schelling e outros metafísicos disseram o mesmo, e suas escolas sustentam tal idéia. Visto que os objetos dos sentido são sempre enganosos e flutuantes, não podem ser uma realidade. Só o espírito é imutável; portanto - é o único que é ilusório. Tal é a pura doutrina budista. A religião da Gnose (conhecimento), ramo mais evidente do Budismo, baseava-se por completo nesse dogma metafísico. Cristos sofreu espiritualmente por nós, e muito mais agudamente do que fez o ilusório Jesus enquanto o seu corpo estava sendo torturado na Cruz.

O Cristos grego tem vários sentidos, tais como "ungido" (óleo puro, crisma), e outros. Em todas as línguas, embora o sinônimo da palavra signifique essência pura ou sagrada, ela representa a primeira emanação da Divindade invisível, que se manifesta tangivelmente no espírito. O Logos grego, o Messias hebraico, o Verbum latino e o Virâj (o filho) hindu são identicamente os mesmos; representam uma idéia de entidades coletivas - de chamas que se destacam de um centro eterno de Luz.

"O homem que cumpre atos piedosos, mas interesseiros [visando exclusivamente à sua salvação], pode alcançar as fileiras dos devas [santos]; mas aquele que cumpre desinteressadamente os mesmos atos piedosos vê-se liberto para sempre dos cinco elementos" (da matéria). "Percebendo a Alma Suprema em todos os seres e todos os seres na Alma Suprema, oferecendo sua própria alma em sacrifício, ele se identifica com o Ser que brilha em seu próprio esplendor". (Manu, livro XII, sloka 90, 91.)

Assim, Cristos, como unidade, não passa de uma abstração: uma idéia geral que representa a agregação coletiva das inúmeras entidades espirituais que são as emanações da PRIMEIRA CAUSA infinita, invisível, incompreensível - os espíritos individuais dos homens, erroneamente chamados de almas. Eles são os filhos divinos de Deus, dos quais apenas alguns dominam os homens - mas estes a maioria; alguns permanecem para sempre espíritos planetários, e alguns - a frágil e rara minoria - se unem durante a vida em alguns homens. Seres divinos como Gautama Buddha, Jesus, Lao-Tsé, Krishna e uns poucos outros uniram-se permanentemente com seus espíritos - portanto, tornaram-se deuses sobre a Terra. Outros como Moisés, Pitágoras, Apolônio, Plotino, Confúcio, Platão, Jâmblico e alguns santos cristãos, tendo assim se reunido por intervalos, alinharam-se na história como semideuses e guias da Humanidade. Uma vez libertos de seus tabernáculos terrestres, suas almas liberadas, doravante unidas eternamente com seus espíritos, reúnem-se à hoste resplandecente, que está unida numa solidariedade espiritual de pensamento e ação, e que é chamada "a ungida". Daí a afirmação dos gnósticos que, sustentando que Cristos sofreu espiritualmente pela Humanidade, queriam subentender que foi seu Espírito Divino quem mais sofreu.

OS PRECEITOS DE MANU.

Abri agora o Livro de Manu, e lede:

"A resignação, a ação de dar o bem pelo mal, a temperança, a probidade, a pureza, a repressão dos sentidos, o conhecimento dos Sâstras [os livros sagrados], e da alma suprema, a veracidade e a abstinência da ira, tais são as dez virtudes em que consiste o dever (...) Aquele que estudarem esses dez preceitos de dever, e depois de os terem estudado, a eles conformarem suas vidas, alcançarão o estado supremo".

Se Manu não escreveu essas palavras muitos milhares de anos antes da era cristã, pelo menos nenhuma voz em todo o mundo ousará negar-lhes uma antigüidade de alguns séculos. O mesmo vale no caso dos preceitos do Budismo.

Se voltarmos ao Pratimoksha-Sûtra e a outros tratados religiosos dos budistas, leremos os seguintes dez mandamentos:

1. Não matarás nenhuma criatura viva.
2. Não roubarás.
3. Não quebrarás teu voto de castidade.
4. Não mentirás.
5. Não revelarás os segredos dos outros.
6. Não desejarás a morte de teus inimigos.
7. Não desejarás as riquezas de outros.
8. Não pronunciarás palavras injuriosas e obscenas.
9. Não carias na luxúria (deitar em leito macio ou abandonar-se à lassidão).
10. Não aceitarás ouro ou prata.

"Mestre, que devo fazer de bom para alcançar a vida eterna?", pergunta um homem a Jesus. "Observa os mandamentos. "Quais?" "Não matarás, não cometerás adultério, não roubaras, não prestarás falso testemunhos", é a resposta.

"O que deverei fazer para ter a posse da Bodhi?" [conhecimento da verdade eterna], pergunta um discípulo ao seu mestre budista. "Qual é o caminho pelo qual se pode tornar um Upâsaka?" "Observa os mandamentos." "Quais são eles?" "Abstém-se durante toda tua vida do assassínio, do roubo, do adultério e da mentira", responde o mestre.

Preceitos análogos, como se pode constatar. Preceitos divinos, cuja observância purificaria e exaltaria a Humanidade. Mas são eles mais divinos quanto pronunciados por uma boca do que por outra? Se é divino trocar o mal pelo bem, a enunciação desse preceito por um nazareno lhe dá mais força do que a enunciação por um filósofo indiano ou tibetano? Vemos que a Regra de Ouro não se originou com Jesus; que sua origem está na Índia. Sem embargo de tudo o que fizemos, não podemos negar a Sakyamuni uma antigüidade de pelo menos vários séculos antes do nascimento de Jesus. Ao buscar um modelo para o seu sistema de ética, por que não poderia Jesus ter ido antes aos pés dos Himalaias do que aos pés do Sinai, se tão-somente as doutrinas de Manu e Gautama se harmonizavam exatamente com a sua própria filosofia, ao passo que as de Jeová lhe eram abomináveis e terríficas? Os hindus ensinavam a trocar o mal pelo bem, mas o mandamento javético rezava: "olho por olho, dente por dente".

JEOVÁ É IDÊNTICO A BACO.

Sustentariam ainda os cristãos a identidade do "Pai" de Jesus com Jeová, se pudesse aduzir uma prova suficiente clara de que o "Senhor Deus" não é outro senão o Baco pagão, Dionísio? Pois bem, a identidade do Jeová do Monte Sinai com o deus Baco é praticamente indiscutível. O Nome é Yava, ou Iao, segundo Diodorus e Lydus, que é o nome secreto do deus dos mistérios fenício; e ele foi realmente adotado pelos caldeus, para quem designava igualmente o nome secreto do criador. Em toda parte em que Baco era adorado, havia a tradição de Nisa e uma caverna em que ele era erguido. Beth-San ou Scythopolis, na Palestina, trazia essa designação; havia um local semelhante no Monte Parnaso. Mas Diodorus declara que Nisa se localizava entre a Fenícia e o Egito; Eurípedes afirma que Dionísio veio à Grécia oriundo da Índia; e Diodorus acrescenta seu testemunho: "Osíris foi erguido em Nisa, na Arábia Feliz; ele era filho de Zeus, e seu nome deriva do pai [nominativo Zeus, genitivo Dios], chamando-se então o local de Dios-Nysos" - o Zeus ou Júpiter de Nisa. Essa identidade de nome ou título é muito significativa. Na Grécia, Dionísio ocupava uma eminência superada apenas por Zeus, e diz Píndaro:

“Assim governa o Pai Zeus e todas as coisas, e Baco Também.”

Mas, fora da Grécia, Baco era o todo-poderoso "Zagreus, o deus supremo". Moisés parece tê-lo adorado pessoalmente e em conjunto com o populacho no Monte Sinai; a menos que admitamos que ele era um sacerdote iniciado, um adepto, que sabia como levantar o véu que cobre o culto exotérico, porém manteve o segredo. "E Moisés edificou um altar, e o chamou de Jeová-NISSI", ao Iao-Nisi! Que melhor prova para mostrar que o deus do Sinai era indiferentemente Baco, Osíris e Jeová? S. Sharpe acrescenta também seu testemunho de que o local em que Osíris nasceu "era o monte Sinai, chamado pelos egípcios de Monte Nissa". A Serpente Brônzea era uma nahash, e o mês da Páscoa judaica, nisan.

Se o "Senhor Deus" mosaico era o único Deus vivo, e Jesus, Seu único Filho, como explicar a fala rebelde deste último? Sem hesitação ou qualquer outra explicação, ele subverte a lex talionis judaica e a substitui pela lei da caridade e da abnegação. Se o Velho Testamento é uma revelação divina, o que será então o Novo Testamento? Devemos crer num Deus que se contradiz no curso de uns poucos séculos? Era Moisés um inspirado, ou não era Jesus o filho de Deus? Esse é o dilema de que os teólogos nos devem tirar. E é desse mesmo dilema que os gnósticos tentaram resgatar o nascente Cristianismo.

Há dezanove séculos que a Justiça espera por comentadores inteligentes que apreciem essa diferença entre o ortodoxo Tertuliano e o gnóstico Marcion. "Como pode um deus", indagou Marcion, "quebrar os seus próprios mandamentos? Como pode ele defender a idolatria e o culto das imagens, e no entanto ordenar a Moisés que erija uma serpente de bronze? Como pode ordenar: "Não roubarás", e no entanto ordenar que os israelitas espoliem os egípcios de seu ouro e de sua prata?" Antecipando os resultados da crítica moderna, Marcion nega que se possa atribuir a Jesus as chamadas profecias messiânicas. Escreve o autor de Supernatural Religion: "O Emanuel de Isaías [VII, 14; cf. VIII, 4] não é Cristo; a `Virgem', sua mãe, é simplesmente uma `jovem' [uma almeh do templo]; e os sofrimentos do Servo de Deus (Isaías, LII, 13-LIII, 3) não são predições da morte de Jesus".


Titulo: Isis Sem Véu

Autor: Helena Petrovna Blavatsky
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