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Sufismo: O Mistério dos Dervixes

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Sufismo: O Mistério dos Dervixes Empty Sufismo: O Mistério dos Dervixes

Mensagem por Mephisto Qui Fev 21, 2013 10:54 pm

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"Enciclopédias e muitos autores definem o sufismo como uma seita mística muçulmana. Esse é o primeiro equívoco controverso que alimenta o mistério em torno dessa Irmandade tão enigmática. Fontes da Tradição afirmam que o sufismo é muitíssimo mais antigo que o Islã. Também afirmam que suas doutrinas e práticas estão infiltradas em muitas religiões, outras Irmandades, diferentes culturas e sua origem está situada milhares de anos no passado. Reivindicam um passado de 70 mil anos! Antes do Dilúvio sumério, do Noé-Gilgamesh.

Os membros da Irmandade Sufi foram ou são conhecidos por nomes outros: Amigos da Verdade, os Construtores, os Mestres, [como os maçons], Povo do Caminho [como os Essênios pré-Cristãos] e muitas outras denominações que circularam como sinônimas ─ muito antes da religião muçulmana ser inventada pelas elites árabes de meados do primeiro milênio, necessitadas de uma força de coesão política que fizesse frente aos avanços territoriais e culturais da civilização cristã-ocidental.

A Irmandade já existia em Medina quando Muhammad, precursor do Islã, apareceu com seu discurso muito inflamado e mal articulado [no século VII d.C. anos 600]. Todavia, foi na época do alvorecer do Islã que os Irmãos Mestres Construtores adotaram a denominação Sufi, depois de um juramento de fidelidade à causa muçulmana em circunstâncias semelhantes àquelas que constrangeram o mestre Galileu no Vaticano e se retratar e admitir que o globo é plano! Ou seja: Diga o que Eles querem e salve sua vida.

O significado de Sufi ─ [árabe: تصوف, tasawwuf; persa: صوفی‌گری Sufi gari] É uma questão tem sido discutida pelos lingüistas. A origem do termo é incerta, entre o persa e aramaico, o árabe e o grego. São vários os significados atribuídos à palavra: uma túnica semelhante à de Jesus; puros; pela corruptela de shopia para significar sábios; contração de Ain-Soph, da Cabala judaica - a Incognoscível Sabedoria que é compartilhada por todas as religiões. O problema dos filólogos ocidentais é compreender a face oculta escrita dos povos do Oriente Médio e Ásia Menor. Os árabes, assim como os judeus, associam seus fonemas a números permitindo uma complexa riqueza de significados em torno de uma só palavra. Em O Sobrenatural Através dos Tempos, Keep esclarece:

A linguagem secreta dos antigos se baseava numa interessante correlação entre letras e números... No idioma árabe havia mil equivalentes números para diversos conjuntos de letras ou fonemas enquanto no idioma hebraico havia 400 números equivalentes. Sendo assim, os árabes e os hebreus transformavam letras em números e vice-versa, ocultando no texto determinada mensagens... [Em Os Sufis, Idries Shah Apud Keep ─ 1924-1996 indiano, descendente de afegãos, mestre da tradição Sufi, explica]:


[Analisemos] a misteriosa palavra Sufi... Decodificada [segundo a relação letras-números, obtemos]: S=90; W=6 F=80; Y=10, [swfy]. Estas são as consoantes usadas na grafia da palavra. [Os números somados totalizam 186. Decodificando temos centenas, dezenas e unidades: 100, 80, 6. Estes números, são, por sua vez, associados aos seus equivalentes: 100=Q, 80=F, 6=V]. Estas letras podem ser re-arrumadas de modos diversos para formar raízes de três letras [fonemas e monossílabos] em árabe, todas [os] indicativas [os] de algum aspecto do Sufismo. A principal interpretação é FUQ, que significa: Acima transcendente. Em conseqüência disso, chama-se ao sufismo filosofia transcendente. Os sufis também são chamados dervixes.

Tradição Árabe de Origem Desconhecida ─ Porém, os Sufis conseguem ser mais misteriosos que a metafísica Fraternidade Branca, com a qual, dizem, os sufis também mantém ligações. Como mencionado acima, os Sufis são quase sempre associados ao Islã mas isso decorre do fato de que o encontro da mística árabe mais antiga com a nova religião do pseudo-profeta Maomé ou Muhammad [570-632 d.C] exigiu dos Adeptos o supra-sumo da sabedoria diplomática para manter suas tradições debaixo dos olhos repressivos do fanatismo muçulmano.

Embora a maioria das fontes insistam em datar o Sufismo como contemporâneo ao Islã, a tradição registrada pelos estudiosos sempre negou esta relação. O Sufismo jamais foi uma corrente mística do Islã e tanto é assim que os adeptos do sufismo foram, inúmeras vezes e em diferentes países perseguidos [e não raro, presos, castigados ou mortos] pelas autoridades islâmicas. Sobre a sabedoria dos Sufis, Keep escreve:

A coletânea de contos árabes chamada As Mil e Uma Noites escondem por trás de sua aparência ingênua uma sabedoria milenar. Esta sabedoria é conhecida pelo nome de sufismo, tradição de origem árabe desconhecida, mas que reconhece em Hermes Trimegisto e Zoroastro alguns de seus primeiros mestres. O sufismo não é uma religião, mas é o conhecimento existente em todas as religiões. Por isso, seus praticantes, os Sufis, aceitam ler os textos sagrados de qualquer religião do passado que considerem verdadeira. Os Sufis constituem um grupo de estudiosos, que não têm ritual ou dogma, cuja tradição remonta a uma época bem anterior à de Cristo. [KEEP]

Voltando ao mestre Idres Shah, ainda em Os Sufis, chama a atenção para a influência do pensamento e das técnicas sufistas, pouco notadas, no desenvolvimento da civilização Ocidental ao longo dos séculos através de pensadores como Roger Bacon [1204-1294 ─ inglês, frade franciscano] e ocultistas, como Raimundo Lullo [Raymond Lully ─ 1232-1315 ─ espanhol da ilha de Maiorca], São João da Cruz [1542-1591 ─ frade carmelita, místico espanhol].


As Ordens Sufistas

Târiqas ─ Na prática o Sufismo abriga um diferentes Irmandades ou Ordens, chamadas Târiqas. São inúmeras essas Tariqas, consta que são 97 ordens ─ e estão espalhadas em diferentes países do norte e do leste da África, como Somália, Etiópia, Mauritânia e, ainda, na Indonésia e Malásia, Afeganistão, Paquistão, Bangladesh, Índia, Curdistão, Rússia, Turquemenistão e nos Bálcãs. São algumas destas ordens mais destacadas:

Ordem Chishti ─ [do mestre Khaja Mu´in al-Din Chisti, afegão radicado na Índia]

Ordem Mevlevi ─ atua na Turquia e Bálcãs [região sudeste da Europa que inclui Albânia, Bósnia-Herzegovina, Kosovo, Bulgária, Grécia, República da Macedônia, Montenegro, Sérvia]. Em seus exercícios de dhikr [meditação] utilizam intensamente a música e a dança. São os conhecidos Dervixes Rodopiantes.

Ordem Rifa'i [Rifaiyyah] ─ presente no Egito, na Síria, em Kosovo e Albânia mas, também, em países do Ocidente: EUA, Austrália, Venezuela, Itália além de Marrocos, África do Sul, Algéria, Paquistão.

Ordem Naqshbandi ─ muito atuante nos EUA, Europa ocidental, Ásia Central, Índia e Sudoeste Asiático.

Mas as Târiqas não foram sempre uma regra na história do Sufismo. Inspiradores de muitas Sociedades Secretas, durante milénios, os sufistas foram indiferentes à instituição de Confrarias, templos ou qualquer outra referência de identidade social, religiosa, civil. Eram simplesmente sábios, místicos envoltos na aura mística dos personagens das lendas árabes. Respeitados por uma sabedoria publicamente reconhecida.

Alguns, vivendo o dia-a-dia da sociedade, empenhados em profissões das mais variadas porém sem jamais deixarem de ser buscadores da Verdade, do conhecimento de si-mesmos, do mundo, do Cosmos, de Deus. Outros, completamente desapegados das vertigens mundanas, optam pela solidão, reclusão, afastamento das confusões dos tempos.

A organização dos Sufistas em Ordens ou Târiqas foi uma necessidade e um concessão aos avanços da civilização. As primeiras Târiqas conhecidas surgiram entre os séculos XII e XIII [anos 1200 e 1300]. entre elas, destacam-se a Shadhiliya, de origem marroquina, especialmente dedicada à meditação. Mevlevi, que desenvolveu o ritual da dança girante. A Isawiya, também do Marrocos, tem fama de dotar seus adeptos de total insensibilidade ao fogo e às brancas.

Sufi é aquele que está morto para o Si-mesmo e vive da Verdade.
Tendo transcendido as limitações humanas, sufi é aquele que alcançou Deus

[A. Hujwiri, 1936]


Doutrina e Práticas

É muito possível que o denso mistério da origem dos Sufis seja o resultado dessa tradição ser, de fato, antiga demais para que um ponto de partida possa ser rastreado. A sabedoria desses Iniciados é um patrimônio de milênios; um acervo de saberes de culturas que floresceram em um tempo muito remoto; tão remoto que os nomes e fontes originais se perderam porém, a essência do Conhecimento, cuidadosamente preservada por discípulos zelosos, resistiu e resiste ainda instruindo a Humanidade até hoje. Tanto é assim que os Sufis incorporam ensinamentos clássicos de Ioga, teologia de Zoroastro e ciência hermética entre outras fontes de aperfeiçoamento do homem integral.

O primeiro passo da Iniciação do sufista é a submissão à disciplina imposta pelos mestres. Seja qual for a classe social ou poder econômico do candidato, começara provando sua humildade e fortalecendo sua capacidade para a disciplina, cuidando de tarefas domésticas, fazendo trabalhos pesados, peregrinando nas ruas com sua kashkul [utensílio para conter os donativos] louvando a Deus e recebendo donativos, que jamais pede, somente aceita e entrega à Irmandade. Esse homem e circula nas ruas colhendo moedas de transeuntes não é um mendigo; poderá ser, até mesmo, um rico comerciante. Esse homem é um Sufi, um Dervixe exercitando sua humildade.

O Sufi, assim como aconselham os mestres da magia ocidental, começa seu treinamento submetendo as vontade/desejos do corpo e das emoções [astral] à Vontade e poder da Mente Inteligente. O Ego Superior, que transcende o tempo e o e espaço deve se converter no verdadeiro Senhor do Ser Humano; o Ego ou Eu Superior deve comandar inteiramente o Ego inferior, que é mera personalidade condicionada e que serve de referência identitária para uma só e mera vida, um piscar de olhos na Eternidade.

"O Sufi é um bêbado sem vinho; saciado sem comida;
tresloucado; sem alimento e sem sono; um rei sob um manto humilde;
um tesouro dentro de uma ruína; não é feito de ar, terra ou fogo; um mar sem limites.
"

Yalal al-Din Rumi [1207-1273]

As Práticas voluntárias, [chamadas nawa'fil] gerais e pessoais [dos sufis], que fazem parte da disciplina pessoal do discípulo ou Adepto, incluem: orações durante a noite [Layla al-qiyam], como em uma vigília; a lembrança de Deus em todas as suas manifestações e em todos os momentos, o jejum, a busca do conhecimento e assim por diante.

Ao mesmo tempo, é importante que esses atos sejam realizados com absoluta sinceridade [ijlas]; um trabalho interior constante de meditação, de recitação dos nomes de Deus e de permanente vigilância sobre si mesmo e toda a realidade à sua volta. Este estado de vigília, alerta, é a prática da muraqaba, forma de devoção a Deus [tawakkul]. Consiste em se lembrar de estar contente [Rida], porque consciente da presença de Deus [Hadur], avançando no trabalho progressivo de purificação da alma [safs] e da consciência da realidade divina [Haqiqa].

Práticas Específicas ou Coletivas ─ Dhikr ou Maylis. É a lembrança de Deus. Uma ação devocional que consiste em se manter desperto, consciente da Onipresença do Criador. As cerimônias Dhikr têm uma liturgia que, conforme a regra da Ordem Sufista consiste em: meditação, recitação [de textos sagrados, audição de parábolas, aforismo de todos os tempos e culturas], canto, execução música instrumental, o ritual do incenso, a dança, o êxtase e o transe.

Eu morri como um mineral, uma pedra, e me tornei uma planta
Eu morri como planta e renasci animal
Eu morri como um animal e depois eu era um Homem
E muitas vezes eu morri e vivi como homem
Por quê eu deveria temer me perder na morte?
Todas as vidas passam, até mesmo a vida dos Anjos
Somente Deus é imperecível
Quando deixei de ser uma alma angelical
Eu passei a Ser algo que a mente nem pode conceber
Oh, deixe-me Não-existir; deixe Estar na Não-existência
Deixe-me voltar para Ele


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Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī


A Iniciação

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A Iniciação de um Sufista demanda humildade e trabalho, muito trabalho. Mas não se trata de trabalho intelectual; de estudos ou meditações profundas. Em um mosteiro ou Centro Sufista, o noviço começa mesmo é com o balde a vassoura na mão. Não importa a que classe social pertença, se tem tradição familiar ou uma gorda conta bancária.

A Iniciação, igual para todos e que pode parecer sem sentido para as mentes mais rasteiras é, na verdade, um método praticamente infalível de ─ 1. tomar posse do Si-mesmo, da personalidade ou Eu inferior; 2. Fortalecer a Vontade Inteligente para que o Homem Inteligente possa prevalecer sobre o Homem-pedra [o mineral], o Homem-planta, vegetal e, finalmente o Homem-bicho, o instintivo, a apaixonado, o animal.

A metodologia dessa Iniciação é simples: são os mil e um dias de provas [ou três anos em calendário lunar]: O jovem noviço deverá se conformar às ordens de seus superiores e realizar um grande número de tarefas [em geral, consideradas] desagradáveis: lavar roupa, limpar as latrinas, manter a casa etc.. [SIGNIER/THOMAZO, 2008]

Analisando esse método de Iniciação, o estudioso do ocultismo reconhece imediatamente as orientações prescritas pelos mestres da Magia Ocidental, que vieram muito depois das Ordens Sufistas. Também identifica-se facilmente a influência dos 1. iogues orientais da Índia e da Ásia central; 2. do sistema de disciplina adotado no dia-a-dia dos mosteiros budistas onde uma das regras é: Quem não trabalha não come. Essas referências parecem confirmar a antiguidade dos Sufistas na teoria e na prática das ciências ocultas. Não é necessário revirar bibliotecas centenárias para achar esses indícios. Eliphas Levi escreve em seu Dogma e Ritual:

Sois pedinte e quereis fazer ouro: ponde-vos à obra e não cesseis mais... O que é preciso fazer primeiramente? Agir como? Levantar-vos todos os dias à mesma hora e cedo; lavar-vos em qualquer estação... nunca trazer roupas sujas e, para isso, lavá-las vós mesmos, se for preciso; submeter--se a privações voluntárias para melhor suportar as involuntárias; impor silêncio a todo desejo. ...Um preguiçoso nunca será mago. A magia é o exercício de todas as horas e de todos os instantes. É preciso que o operador das grandes obras seja senhor absoluto de si mesmo; que saiba vencer as atrações do prazer, do apetite e do sono; que seja insensível tanto ao sucesso quanto à afronta... Toda sujeira atesta uma negligência e, em magia, a negligência é mortal.[LEVI, 1993 ─ p 42]

Depois dos três anos de noviciado o discípulo é participa de uma cerimônia de iniciação. Depois, ficará recluso em sua cela por 18 dias ao fim dos quais recebe o chapéu cônico vermelho, o sikke, significando que o o Iniciado alcançou a estágio de Dervixe e poderá participar dos ritos de danças sagradas.


Sufis & A Lenda dos Nove Desconhecidos

Em 1999 Lynn Picknett e Clive Prince publicaram The Stargate Conspiracy. O livro [assim como muitos outros] afirma a existência de um culto espantosamente poderoso e que se mantém oculto em plena era das revelações da cultura New Age, há mais de 50 anos. Rumores sobre esse culto começaram a aparecer na década de 1950. ...Segundo diferentes escolas de pensamento estes seres, provenientes [de algum lugar não terreno] preparam-se para retornar ao planeta depois de um longo período de ausência.

Nem todos os defensores dessa idéia acreditam que esses seres sejam extraterrestres que se locomovem em naves espaciais; antes, seriam criaturas de natureza divina cuja lembrança a Tradição conservou na Lenda dos Nove Desconhecidos ou, simplesmente, Os Nove.

Os postulantes dessa hipótese acrescentam que estes Nove, em uma época muito remota, foram os governantes da mítica civilização Atlante. A uma certa altura da evolução humana, recolheram-se em uma existência transcendental, habitando outro plano ontológico [um plano espiritual de ser e estar]. Atualmente, estudiosos acreditam que é chegado o momento do retorno dos Nove a este plano, material, a fim de tomar medidas efetivas capazes de minimizar o sofrimento da Humanidade.

Os Nove teriam estado sempre ativos em seu interesse pelo destino da Humanidade. Mantendo-se deliberadamente escondidos, esses Mestres estariam, há anos, orquestrando a disseminação de uma religiosidade mais elevada, práticas de devoção e outros ensinamentos que são transmitidos por agentes, muitos deles, hoje, conhecidos como poderosos gurus da literatura alternativa [e de auto-ajuda] ocidental.

Enéade ─ Apesar de conseguirem se manter desconhecidos; ainda que alguns considerem Os Nove como uma metáfora para os nove princípios do Ser, algumas especulações pretendem identificar os Mestres: seriam a Enéade [palavra grega] ou, entre os egípcios, a Psedjet, as nove Divindades primordiais que simbolizam os nove aspectos da manifestação do Um [Deus-enquanto-Um].

A Enéade atua em dois planos: espiritual e material; cósmico e mundano. Significa que aos Nove mestres divinos e metafísicos, correspondem nove mestres terrenos, ou que habitam entre os homens. Na mitologia egípcia, esses nove deuses ou, metafisicamente, aspectos de Deus são assim nomeados: Atum, o Criador, deus dos deuses, o Um; Shu [Ar], Tefnet [ou Tefnut, personificação da água], Geb [a terra], Nut [o céu, como abóbada celeste e o céu, como destino dos justos], Osíris [os campos e o post-mortem], Isis [o amor e as ciências ocultas], Seth [representa violência, desordem, paixões] e Neftis [representante da aridez do deserto e da morte].

No mundo dos homens, o deus Hórus lidera a Enéade Inferior, sendo uma conexão entre as duas Irmandades. Assim como Atum governa o plano espiritual, Horus governa o reino material; e tem governado durante Eras através da renovação da linhagem real dos reis-Horus.

Colégio de Iniciados Heru Shemsu ─ [Egito] Assim como cuidava das coisas da matéria, o Príncipe Falcão também era um guardião supremo de Conhecimento científico e sabedoria existencial. Junto com seus discípulos e seguidores, organizou um Colégio de Iniciados Heru Shemsu, mais uma ancestral mitológica das Sociedades Secretas de Iniciação Mística. Diz a tradição que esses semi-deuses pertenciam a uma raça estelar; eram muito altos e tinham os crânios mais largos, o que os diferenciava do povo que habitava as margens do Nilo. Seu status de semi-deuses devia-se ao fato de que eram possuidores de conhecimentos secretos e grandes poderes mágicos. Os Heru Shemsu consideravam-se reflexos inferiores da Grande Enéade, os nove Deuses em Um, os verdadeiros governantes da Terra.

Ashoka ─ O diplomata francês Louis Jacolliot [1837-1890] foi o primeiro a divulgar no Ocidente a Lenda dos Nove Desconhecidos. Segundo Jacolliot, o imperador Ashoka [304-232 a.C - Asok Bindusara Maurya], imperador indiano da dinastia Maurya que dominou todo subcontinente indiano III e II antes de Cristo. Diz a lenda que este imperador, implacável guerreiro, tendo se convertido ao budismo [e ao pacifismo] em 250 a.C., formou um Conselho secreto reunindo nove homens sábios aos quais encarregou de cumprir importante missão: compilar todo o conhecimento acumulado pela Humanidade e ocultá-lo, preservá-lo e somente usar tais conhecimentos seguindo critérios de justiça e compaixão.

Jacolliot afirmou que os Nove ainda viviam e atuavam nas sombras auxiliando a evolução humana e socorrendo povos e nações em momentos de aflição. Outro francês, o místico Saint-Ives d'Alvedre [1824-1909] afirma que a lenda é muito anterior ao tempo do imperador Ashoka. Os Nove Desconhecidos seriam viajantes cósmicos provenientes da estrela Sirius que chegaram na Terra e se estabeleceram na Ásia Central 34 mil anos antes de Cristo.

Nove Livros ─ Seja como for, ainda segundo a lenda, cada um dos Nove escreveu um livro sobre nove diferentes áreas do conhecimento. Nestes livros estariam, registradas as mais preciosas ciências, para o bem e para o mal. São os temas desses livros:

1. Psicologia, propaganda, Guerra psicológica
2. Fisiologia, tratando especialmente na maneira de matar um homem ao tocar-lhe, provocando a morte pela inversão do influxo nervoso. Diz-se que o judô deriva de certos trechos dessa obra.
3. Microbiologia
4. Transmutação dos metais
5. Os meios de comunicação terrenos e extraterrenos
6. Os segredos da gravitação
7. Cosmogênese
8. Um tratado sobre a Luz
9. o último, dedicado à Sociologia

Para os Sufis, os Nove Desconhecidos são um assunto sério, uma tradição expressa no No-Koonja, o Eneagrama, também conhecido como Naqsh - Selo.

O misterioso místico, o armênio-grego-russo Georges Ivanovitch Gurdjieff refere-se a esses mestres como sendo sete indivíduos; e não nove. Todavia, em ocultismo sabe-se que de todos os princípios do homem, sete já foram revelados pelos esotéricos porém, dois, permanecem secretos. Os sete [ou nove] Desconhecidos segundo Gurdjieff foram e são remanescentes da civilização Atlante que fundaram o Egito, chegando ao território em uma barca solar depois da submersão de algumas das terras da Atlântida.

Citando como fonte de informação hieróglifos gravados na paredes das ruínas de Gizé, Tebas e Edfu [ou Behedet, atualmente Tell Edfu] além das canções tradicionais dos bardos de sua terra natal e de toda a Asia Central, Gurdjieff conta que 70 mil anos antes do Dilúvio de Noé, uma grande civilização floresceu em uma ilha chamada Hannin, que hoje seria identificada como a ilha de Creta, a maior das ilhas localizadas nas vizinhanças da Grécia. Hannin teria abrigado uma sociedade secreta arcana: a Imastun Brotherhood, elite de sábios que se ocupavam de ciências transcendentais como a astrologia e a telepatia. Os Sufis, seriam os herdeiros dessa irmandade.


Sufismo: Anotações de Pesquisa

Os sufis acreditam que para obter um estado de contemplação mística é necessário fechar os portões dos sentidos físicos de modo que o sentido espiritual ou o sentido oculto possa operar. A contemplação ou o êxtase é a Noite Mítica, quando o adepto se ausenta de todas as impressões oriundas dos mundo exterior, transcendendo a esperança, o medo, a consciência de si mesmo e de toda emoção humana, para que a luz interior possa ser nitidamente percebida.
SPENCE, Lewis. An Encyclopaedia of Occultism. Courier Dover Publications, 2003 - p 127. In Google Books.

George Gurdjieff [1860/1877?-1949], místico armênio-grego-russo, é considerado o único estranho a quem foi permitido penetrar no círculo externo dos centros Sufistas onde teria sido pupilo do mestre Bahaudin Nakshband. Entre os afegãos, os Sufis são chamados Povo da Tradição. Entre as lendas que envolvem sua mística, existem rumores de que os Sufis têm contato com inteligências não-terrenas e que são guardiões de segredos arcanos que são o fundamento de todas as religiões e de todo o desenvolvimento humano.

Todas as escolas Sufistas acreditam na existência de uma Hierarquia espiritual que se mantém a centenas de anos em nebuloso mistério. Seus monastérios, santuários e retiros estão situados na Ásia Central. Sobre esta hierarquia, John Bennet escreveu:

[Os místicos da região e pesquisadores/exploradores estrangeiros] afirmam que a hierarquia perpétua é liderada por [uma personagem chamada] Kuth-i-Zaman, o Eixo das Eras, que recebe revelações do Divino Propósito e as transmite à Humanidade por meio de seus seguidores.

Segundo Gurdjieff, esta Hierarquia atua produzindo um tipo de energia de vibração elevada destinada manter o fluxo harmônico do desenvolvimento e história humanas: Existe um agente invisível de alta energia que torna o trabalho da evolução possível. este é um tema presente na maior parte da literatura sufista.

Para os Sufis, nada na História acontece por acaso; novas verdades [conhecimentos] são semeadas, novas energias [forças], introduzidas nas sociedades em ações planejadas nos mais elevados níveis de existência espiritual. Ernest Scott comenta: Nada acontece, simplesmente. O roteiro da longa História humana foi escrito por inteligências superiores.

Os avanços e conquistas da Humanidade não são caprichos do acaso; são metas alcançadas dentro do contexto de um determinado ciclo, o Tempo da Terra. Esses avanços transcendem a esfera de interesse da Humanidade; antes, são essenciais para o equilíbrio e desenvolvimento [evolução, dinâmica] deste sistema Solar do qual a Terra faz parte.; e o próprio sistema Solar não é uma engrenagem isolada, ao contrário, interage com as forças mantenedoras da Galáxia à qual pertence [Via Láctea].

Mestre Imortal: Uma lenda Sufi diz que a Irmandade Sufista tem um guia invisível, o imortal El-Khidr, que usa uma capa verde flamejante e que muitos muçulmanos identificam como o profeta Elias, o profeta judeu que nunca morreu, mas subiu aos céus sem deixar cadáver. LE PAGE, Vitoria. Shamballa


Glossário do Sufismo

Fara'id ─ Atos de adoração, práticas obrigatórias.

Hirka ─ peça de vestuário dos dançarinos da Sema; é um manto amplo e negro, símbolo da sepultura.

Kashkul ─ São tigelas, cumbucas, cuias, enfim, recipientes para recolher as moedas que os dervixes mendigam nesta atividade que desenvolvem unicamente para superar avaidade pessoal e a arrogância. Aliás, essas cumbucas sufis não são objetos vagabundos, de mendigo, ao contrário, são belas obras artesanais algumas feitas de metais preciosos.

Kemal ─ perfeição.

Nawa'fil ─ Práticas voluntárias relacionadas à disciplina pessoal.

Murid ─ noviço

Sema ─ Ou Samá, dos termos árabes, سَمْع = sam‘un e اِسْتِمَاع = ’istimā‘un significando ouvir a tradição.É a dança girante dos Sufis-dervixes. O balé celeste [SIGNIER/TOMAZO, 2008]. A maioria das fontes refere-se à Samá com termo que designa a famosa Dança dos Dervixes; porém, há controvérsias. Alguns autores definem o Samá como a recitação de textos espiritualistas ou trechos de Escrituras sagradas de diferentes religiões. Ainda que, em algumas Tariqas a Samá seja acompanhada por um ritmo percussivo, a fator mais importante dessas sessões é o recitar utilizando todas as virtudes da voz humana que, nessa cerimônia, funcionada como um elemento de sutilezas acústicas que promovem a revelação dos diferentes sentidos/significados de um mesmo texto. Para estes autores, a Dança Sagrada é chamada Hadras ou Imara
Quanto à Dança, eles realmente giram, em torno de si mesmos, apoiados no pé direito e em torno do eixo que é o mestre, em uma coreografia que evoca os movimentos dos astros no céu, com seus duplos giros: rotação e translação. O objetivo é alcançar um estado alterado de consciência, transe, que permitiria ao Adepto o conhecimento subjetivo da Divindade. Todavia, nem todos os Dervixes são girantes ou seja, nem todas as formas de Sema incluem os movimentos giratórios. Essa é uma característica destacana das Ordens Mevlevi e Chishti.

Rumi & Ordem Mevlevi ─ A Ordem Mevlevi ou Mawlawiyya fundada em Konya, cidade da região central da Anatólia, hoje, território da Turquia, em 1273, dando continuação à confraria criada pelo mestre Jalal ad-Din Muhammad Balkhi-Rumi [1207-1273] ou, simplesmente Rumi, jurista islâmico [ou seja, era um Sheik], teólogo, místico e poeta]. Em 1244 Rumi, que já era um mestre sufista de tradição familiar, encontrou em dervixe Sham-e Tabrizi [?-1248 iraniano, místico sufista], em Damasco [Síria]. No convívio com Sham, Rumi experimentou a comunhão com Deus através da música, da dança, da poesia. Os sufistas Mevlevi tornaram-se grandes mestres da girante Dança Sagrada dos dervixes.

Semahane ─ salão ritual para a prática da Semá.

Sikke ou Kûlah ─ Chapéu típico dos sufis-dervixes, símbolo da pedra tumular.

Târiqas ─ Denominação das Ordens Sufistas. A palavra significa caminho.

Tekke ou Zawiya ─ monastério de Dervixes-sufistas""


Fontes bibliográficas:

Encyclopaedia of Occultism. Courier Dover Publications, 2003 - p 127. In Google Books.

GODLAS, Alan. Sufism, Sufis and Sufi Orders. ─ [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

HUJWIRI, A.. The Kashful al-Makhjub, p 30. Londres: Gibb Memorial Trust, 1936

MOSSO, Gelder Manhes. Caminhos do Desconhecido. Mauad Editor, 1899 In Google Books.

KEEP, Marc Andre R.. O Sobrenatural Através dos Tempos. São Paulo: IBRASA-Proton Editora, sem data ─In Google Books

LePAGE, Victoria. Sufis and The Nine Unknowns, 2007. In [[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]

........................... Shamballa.

SIGNIER, Jean-François e THOMAZO, Renaud. Sociedades Secretas, vol I ─ Sociedades Secretas Religiosas. [Trad. Ciro Mioranza]. São Paulo: Larousse, 2008

WIKIPEDIA Espanhol. Sufismo. [http://es.wikipedia.org/wiki/Sufismo]


................. Português. Sufismo. pt.wikipedia.org/wiki/Sufismo

................. English. Rumi.

............................... Sema.


Texto pesquisa, traduções e texto: Ligia Cabus

Fonte: Morte Súbita Inc
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Sufismo: O Mistério dos Dervixes Empty Re: Sufismo: O Mistério dos Dervixes

Mensagem por anokidas Sáb Mar 16, 2013 4:00 pm

O sufismo também pode ser considerado uma forma de não trair Deus,porque consideravam que as citações e as orações não eram o suficiente e que de alguma forma pudessem estar a trair Deus.O sufismo é uma forma de chegar até Ele e pedir perdão pelos seus pecados.
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Sufismo: O Mistério dos Dervixes Empty Re: Sufismo: O Mistério dos Dervixes

Mensagem por Salomé Sáb Mar 16, 2013 5:21 pm

Então, será mais uma maneira de subir a montanha e tentar atingir o cume!
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Mensagem por anokidas Sáb Mar 16, 2013 8:21 pm

Penso que é muito mais complicado porque o estado de transe que eles alcançam dá-lhes conhecimento subjectivo da divindade.
Neste estado alterado de consciência e de contemplação eles contactam com o sentido oculto e deixam de estar conscientes de si mesmo.

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Sufismo: O Mistério dos Dervixes Empty Re: Sufismo: O Mistério dos Dervixes

Mensagem por Chacalnegro Ter Mar 26, 2013 9:25 pm

Dizendo de uma forma muitos simples, o Sufismo é uma via de esvaziamento do Eu para que este seja preenchido pelo Tu (Deus). Como diria Rumi, Tu és Eu e Eu sou Tu...
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Mensagem por anokidas Sex maio 03, 2013 6:54 pm

É isso mesmo Chacal,melhores palavras para quê para definir o sufismo? Very Happy
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Mensagem por Salomé Dom maio 05, 2013 1:33 pm

Chacalnegro escreveu:Dizendo de uma forma muitos simples, o Sufismo é uma via de esvaziamento do Eu para que este seja preenchido pelo Tu (Deus). Como diria Rumi, Tu és Eu e Eu sou Tu...

Vamos lá ver se percebi: Deus é Eu e Eu sou Deus? Ou por outras palavras, a centelha divina está em todos nós?
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Mensagem por anokidas Seg maio 06, 2013 3:29 pm

No sufismo o coração imerso no Amor, abandona o seu apego ao mundo para unir-se a Deus. Isso acontece sem que, necessariamente, deva-se abandonar o mundo, ou afastar-se da sociedade. Afinal, não haveria sentido em ensinar a Unidade rejeitando uma parte da expressão do Absoluto. Como bem resume um ditado: “O sufi é aquele que está no mundo, mas não pertence a ele.”

Como seu maior propósito está na busca pela Presença Divina, e também por ter incorporado elementos de outras tradições, o Sufismo acabou por adquirir um caráter mais universal. E por isso também, foi muitas vezes reconhecido como a essência das religiões e da espiritualidade. Prova disso é que dentro de grupos sufis é comum encontrar-se indivíduos de diversas religiões e tradições.


No sufismo

Esta irmandade

não tem nada a ver com ser elevado ou baixo,

esperto ou ignorante.

Não existe uma assembleia especial, nem um grande discurso,

nem se requer nenhum curso anterior.

Esta irmandade se parece mais com uma festa de bêbados
cheia de trapaceiros, tolos, charlatões e loucos.

*

Não sou deste mundo e nem do próximo;

Nem do céu, nem do inferno.

Não vim de Adão nem de Eva;

Não moro no Éden nem nos jardins do paraíso;

Meu lugar é um não lugar, minhas pegadas não deixam marca.

Nada é meu, nem corpo nem alma.

Tudo pertence ao coração do meu Amado.

Eu desvesti todas as diferenças,

E agora vejo os dois mundos como um.

Fonte [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
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Mensagem por Salomé Seg maio 06, 2013 3:47 pm

“O sufi é aquele que está no mundo, mas não pertence a ele.”

Será por isso que Esta irmandade se parece mais com uma festa de bêbados cheia de trapaceiros, tolos, charlatões e loucos. ??


Ou são considerados assim porque são incompreendidos?

É que ser reconhecido como a essência das religiões e da espiritualidade e ser comum encontrar-se indivíduos de diversas religiões e tradições, é obra!

Devo dizer que é linha espiritual que eu menos conheço (e na realidade conheço alguma?).

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Sufismo: O Mistério dos Dervixes Empty Re: Sufismo: O Mistério dos Dervixes

Mensagem por anokidas Seg maio 06, 2013 4:09 pm

lol! agora fizeste-me rir Salomé Very Happy eu penso que se referem a "bêbados e loucos"por estarem disposto à entrega divina quando atingem o estado de transe.

Quando dizem que é comum verem indivíduos de diversas religiões é porque todos desejam estas união com o divino. Esta proximidade e este elo de ligação com o Universo.

Sei que este texto não é o mais bonito para definir o Sufismo,mas apesar disso é explica o misticismo que existe em torno do Sufismo.
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Mensagem por Salomé Seg maio 06, 2013 4:20 pm

Anokidas, a intenção era essa mesmo: rir!

Também penso que será o estado de transe que levam os outros a defini-los como loucos!
Áhhh incompreensão a quanto obrigas!

hehehehe
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Mensagem por anokidas Seg maio 06, 2013 4:23 pm

lol! O melhor mesmo é ficarmos por um copito de aguardente cyclops que transes deste tipo dão-me volta à cabeça Very Happy
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Mensagem por Salomé Ter maio 07, 2013 10:45 pm

Agora terminando o intervalo do riso Surprised

O que me admirou no texto exposto pelo Mephisto, foi este pequeno trecho:

... tradição de origem árabe desconhecida, mas que reconhece em Hermes Trimegisto...

É que, não sei lá muito bem onde li que Hermes não era tão antigo assim, pelos vistos estava bem enganada.
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Mensagem por anokidas Ter maio 07, 2013 11:13 pm

Reconhece Hermes Trimegisto porque era um dos grandes filósofos e reveladores do conhecimento e do culto generalizado.
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Mensagem por lancelot Ter maio 07, 2013 11:33 pm

anokidas escreveu: lol! O melhor mesmo é ficarmos por um copito de aguardente cyclops que transes deste tipo dão-me volta à cabeça Very Happy

E quando é que aparece essa bendita aguardente?
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Mensagem por Chacalnegro Ter maio 14, 2013 8:52 pm

Salomé escreveu:Agora terminando o intervalo do riso Surprised

O que me admirou no texto exposto pelo Mephisto, foi este pequeno trecho:

... tradição de origem árabe desconhecida, mas que reconhece em Hermes Trimegisto...

É que, não sei lá muito bem onde li que Hermes não era tão antigo assim, pelos vistos estava bem enganada.

Não reconhece coisíssima nenhuma, porque o Hermes Trimegisto é uma mistificação do Renascimento. Apesar de o Sufismo ser uma corrente de pensamento de tendência universalista, não nos podemos esquecer de que se trata de um movimento islâmico. Eivado de platonismo, misticismo oriental, ascetismo cristão e de todas as tendências religiosas que proliferaram no grande caldeirão cultural que foi o Próximo Oriente. Mesmo assim, é e será sempre uma "filosofia" islâmica por excelência. Wink Senão chamar-se-ia budismo, taoismo, monaquismo cristão, gnosticismo ou qualquer outra coisa. Mas não, chama-se sufismo.
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Mensagem por Salomé Qua maio 15, 2013 12:25 pm

Já estava a ficar com saudades do Chacal Smile

Não pus em causa o facto do sufismo ser uma "filosofia" islâmica por excelência (ao menos isso sei). E, já agora, andam por aí muitas filosofias eivadas de milhentas correntes tanto filosóficas como espirituais, são uma espécie de sopa com muitos ingredientes.
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Mensagem por anokidas Qui maio 16, 2013 2:27 am

Ena ,ena seja bem aparecido Chacal ! O pessoal já não consegue viver sem ti aqui no fórum Very Happy

Mas agora fora de brincadeiras,li algures Hermes era tido como o autor de um conjunto de textos sagrados, ditos "herméticos", contendo ensinamentos sobre artes, ciências e religião e filosofia - o Corpus Hermeticum - cujo propósito seria a deificação da humanidade através do conhecimento de Deus. Por isso a minha confusão,mas ninguém como tu para elucidar a gente Wink

Não sejas mauzinho e explica lá isso por miúdos ! lol!
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Mensagem por Chacalnegro Dom maio 19, 2013 1:39 am

Boas, também tenho saudades vossas, mas agora durante uns tempos pouco posso vir aqui. Vocês tinham saudade era das minhas brutidades, confessem lá lol!

Hermes Trismegisto é uma figura mitológica sincrética. Um cruzamento do Hermes grego, filho de Zeus, deus da transformação, do comércio, dos ladrões, dos desportistas etc, o das sandálias e capacete com asas, com o deus egípcio Thot, o deus da escrita, da medicina etc., o da cabeça de íbis.
É-lhe, de facto, atribuído o Corpus Hermeticum, referido por Clemente de Alexandria. Como é óbvio, trata-se de uma obra escrita entre os sécs. I - III, talvez até por algum grupo gnóstico egípcio. Porém, o seu revestimento de obra alquímica e mágica só ganha a importância e o os contornos que conhecemos a partir dos movimentos neoplatónicos do Renascimento, mais de 1000 anos depois. Provavelmente até a figura do Hermes Trismegisto é criada nessa altura.
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Mensagem por Salomé Ter maio 21, 2013 10:18 am

Analisemos em conjunto:

1º Fontes da Tradição afirmam que o sufismo é muitíssimo mais antigo que o Islã.
2º Reivindicam um passado de 70 mil anos! Antes do Dilúvio sumério, do Noé-Gilgamesh.
3º reconhece em Hermes Trimegisto e Zoroastro alguns de seus primeiros mestres...

E depois:
4º Hermes Trismegisto é uma figura mitológica
5º trata-se de uma obra escrita entre os sécs. I - III, (D.C. certo?)
6º porque o Hermes Trimegisto é uma mistificação do Renascimento
6º ..., mais de 1000 anos depois. Provavelmente até a figura do Hermes Trismegisto é criada nessa altura.

Aqui há gato! Orientem-se, senão ainda fico mais confusa Wink
Volto a dizer que muito me admira o sufismo reconhecer Hermes como um dos seus primeiros mestres!
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Mensagem por anokidas Qui maio 30, 2013 2:41 am

Salomé eu penso que naquele tempo tudo era possível,como o Chacal disse, o seu revestimento de obra alquímica e mágica só ganha a importância e o os contornos que conhecemos a partir dos movimentos neoplatónicos do Renascimento, mais de 1000 anos depois. Provavelmente até a figura do Hermes Trismegisto é criada nessa altura.Mas em todo o caso deixo aqui um texto que achei uma certa reverencia.

O MITO E A REALIDADE
Filho de Zeus e de Maia, a mais jovem das Plêiades da mitologia grega, Hermes nasceu num dia quatro (número que lhe era consagrado), numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia.

Divindade complexa, com múltiplos atributos e funções, Hermes foi no início um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausânias deixa bem claro esta atribuição do filho de Maia: “Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento”. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas épicos Ilíada e Odisséia. Na Odisséia, por exemplo, o deus intervém como mago e como condutor de almas (nas Rapsódias X e XXIV).

Protetor dos viajantes, Hermes é também o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientação, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. A pedra lançada sobre um monte de outras pedras, simbolizava a união do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a força e a presença do divino.

Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar as sandálias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, não se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas.

A astúcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisível e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, são os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domínio das ciências ocultas, que se tornarão, na época helenística, as principais qualidades do deus.

A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. O feiticeiro Lúcio Apuléio declara em seu livro de bruxaria (De Magia) que invocava Mercúrio – o Hermes dos romanos – como sendo aquele que possuía os segredos da magia e do ocultismo.

Hermes Trismegistos é o nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no séc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, i.e., ao Três Vezes Poderoso Hermes.

A pedra de Roseta, gravada no ano 196 a.C também identifica Hermes como Thoth. A tradução dos hieróglifos das câmaras mortuárias do Vale dos Reis permitiu dividir os escritos atribuídos a Hermes-Thoth em dois tipos principais: o Hermetismo “popular” que trata da astrologia e das ciências ocultas, e o Hermetismo para os “cultos”, que trata de Teologia e de Filosofia.

Do renascimento até ao final do século XIX pouca atenção foi dispensada aos Escritos Herméticos populares. Estudos recentes mostraram, no entanto, que a literatura popular hermética é anterior ao Hermetismo dito culto, e reflete as idéias e convicções dominantes no império romano.

Os Escritos Herméticos sobre Teologia e Esoterismo constam de dezessete tratados, que compõem o Corpus Hermeticum. Este conjunto de Escritos reúne as compilações feitas por Stobaeus e por Apuleius. A compilação de Apuleius for traduzida para o Latim por Asclepius. Estes escritos são datados dos três primeiros séculos da era cristã e foram escritos em língua grega, embora os conceitos neles contidos sejam de origem egípcia.

O Corpus Hermeticum reúne a Hermética e a Tábua de Esmeralda. Estas duas obras são trabalhos estritamente herméticos sobre os quais se fundam a ciência e a filosofia alquímicas. A Hermética consta de uma série de livros, dos quais o mais importante é Livro I, Pimandro, que é um diálogo de Hermes consigo mesmo.

O Hermetismo foi estudado durante séculos pelos árabes, e por seu intermédio chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento são freqüentes as referências a Hermes Trismegistos e aos Escritos Herméticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rozacruzes, Hermes Trismegistos foi um sábio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real.

No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnósticos e neoplatônicos, Hermes Trismegisto se converteu num deus cujo poder varou os séculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercúrio latino e com o deus egípcio Thoth, o escrivão no julgamento dos mortos no Paraíso de Osíris, e patrono de todas as ciências na Grécia Antiga.

Em Roma, a partir dos primeiros séculos da era cristã, surgiram muitos tratados e documentos de caráter religioso e esotérico que se diziam inspirar-se na religião egípcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de Corpus Hermeticum, coleção relativa a Hermes Trismegisto, é uma fusão de filosofia, religião, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egípcio.

Desse Corpus Hermeticum muito se aproveitou a Gnose (conhecimento esotérico da divindade, transmitido através dos ritos de iniciação). Os gnósticos, com seu sincretismo religioso greco-egípcio-judaico-cristão surgido também nos primeiros séculos da nossa era, procuraram conciliar todas as tendências religiosas e explicar-lhes os seus fundamentos através da Gnose.

As sandálias de Hermes eram dotadas de asas, separavam a terra do corpo pesado e vivente, e daí vem a importância simbólica das sandálias depostas, rito maçónico que evoca a atitude de Moisés no monte Sinai, pisando descalço a terra santa. Descalçar a sandália e entregá-la ao parceiro era, entre os judeus, a garantia de cumprimento de um contrato.

Para os antigos taoístas, as sandálias eram o substituto do corpo dos imortais, e seu meio de deslocamento no espaço. Em Hermes e Perseu, as sandálias aladas são o símbolo da elevação mística.

O caduceu significa em grego bastão de arauto. Símbolo dos mais antigos, sua imagem já se acha gravada, desde o ano 2.600 a.C., na taça do rei Gudea de Lagash. São várias as formas e múltiplas as interpretações do caduceu. Insígnia principal de Hermes, é um bastão em torno do qual se enrolam, em sentidos inversos, duas serpentes. Enrolando-se em torno do caduceu, elas

simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, o que leva a interpretar o bastão do deus de Cilene como um símbolo de paz. A serpente é um símbolo encontrado na Mitologia de todos os povos. Todas as grandes idéias surgidas no início da Civilização foram representadas pela serpente: o Sol, o Universo, Deus, a Eternidade. Enroscada no Tau, a serpente é o símbolo do Grau 25 do REAA.

Também se pode interpretar o caduceu como sendo o símbolo do falo ereto, com duas serpentes acopladas. Esta interpretação do caduceu é uma das mais antigas representações indo-européias, sendo encontrado na Índia antiga e moderna, associado a numerosos ritos, bem como na Grécia, onde se tornou a insígnia de Hermes. Espiritualizado, esse falo de Hermes penetra no mundo desconhecido em busca de uma mensagem espiritual de libertação e de cura. Hoje em dia o caduceu é o símbolo universal da Medicina.

O esoterismo maçónico, com a sua tradução em rituais, símbolos e ensinamentos, é criação de grandes pesquisadores, colecionadores de livros e de manuscritos raros, e grandes estudiosos das culturas da antiguidade. Elias Ashmole, Desaguilliers e Francis Bacon foram alguns destes homens, Rosacruzes e grandes conhecedores do hermetismo e da transmutação alquímica dos metais, através da Pedra Filosofal. Eles introduziram na Maçonaria os mesmos conceitos filosóficos, utilizando agora os instrumentos da arte de construir, como símbolos da regeneração e do aperfeiçoamento moral e espiritual do Homem.

Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir às futuras gerações. Ele foi um deus tão importante que na cidade de Listra, a multidão, ao ver o milagre realizado pelo apóstolo Paulo, tomou-o por Hermes e gritou entusiasmada, pensando estar diante de um deus sob forma humana.


Obras consultadas
Hermes Trismegisto - Ensinamentos Herméticos AMORC Grande Loja do Brasil
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
La Franc-Maçonnerie Rendue Intelligible à Ses Adeptes – Oswald Wirth
Encyclopaedia Britannica – Volume XI
O Vale dos Reis – O Mistério das Tumbas Reais do Antigo Egito – John Romer
A Doutrina Secreta – Volume V – H.P.Blavatsky
Odisséia - Homero
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Mensagem por Chacalnegro Sáb Jun 01, 2013 6:05 pm

Salomé escreveu:Analisemos em conjunto:

1º Fontes da Tradição afirmam que o sufismo é muitíssimo mais antigo que o Islã.
2º Reivindicam um passado de 70 mil anos! Antes do Dilúvio sumério, do Noé-Gilgamesh.
3º reconhece em Hermes Trimegisto e Zoroastro alguns de seus primeiros mestres...

E depois:
4º Hermes Trismegisto é uma figura mitológica
5º trata-se de uma obra escrita entre os sécs. I - III, (D.C. certo?)
6º porque o Hermes Trimegisto é uma mistificação do Renascimento
6º ..., mais de 1000 anos depois. Provavelmente até a figura do Hermes Trismegisto é criada nessa altura.

Aqui há gato! Orientem-se, senão ainda fico mais confusa Wink
Volto a dizer que muito me admira o sufismo reconhecer Hermes como um dos seus primeiros mestres!

Salomé, se falares com alguém que pertença a uma Tariqa (confraria sufi) e lhe disseres que o seu movimento conteve mestres como Hermes Trismegisto ou Gilgamesh, provavelmente, primeiro olham para ti com desconfiança, a seguir riem-se e por fim têm uma atitude paternalista e tentam explicar-te o que é o Sufismo. Como qualquer movimento espiritual, tem a pretensão de ser algo milenar, do início dos tempos. Até aí tudo bem, até te dirão que o primeiro sufi foi Adão, o primeiro dos homens. É o mesmo que perguntares a um maçon quando apareceram as primeiras lojas, dir-te-ão que no Antigo Egipto ou algo semelhante, no entanto, não existem antes do séc. XVIII. Com os sufis é a mesma coisa, aparecem quando aparece o nome para os designar Tawwasuf, cuja origem está na palavra lã (suf). Sufis são os que se vestiam de roupas grosseiras de lã e exortavam para o Amor Divino (simples como isto). Porém não podem ser anteriores à língua árabe, que sedimenta no séc. II-I aC, nem tãopouco anteriores ao séc. VIII, quando se houve pela primeira vez falar deles. Que possam ser antigos ascetas cristão convertidos ao Islão, não seria de espantar, ou antigos budistas convertidos ao Islão na Ásia Central, também é possível, ou ainda neoplatónicos e cristãos gnósticos da Ásia Menor, também me parece plausível ou ainda um misto das influências de toda esta gente. Mas o Hermes Trimegisto e a Maçonaria e os Templários e todo esse cocktail New Age, só se lhe associa quando nós ocidentais, descrentes numa fé institucional, procuramos nas religiões "exóticas" traços familiares do nosso imaginário nessas mesmas religiões.
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Mensagem por Salomé Seg Jun 03, 2013 10:37 am

Então parece-me que estamos de acordo.
Nada melhor do que ter ali o Chacalnegro para nos libertar das dúvidas.





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