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O Erro de Descartes - António Damásio

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Mensagem por Mephisto Sex Mar 01, 2013 2:16 pm

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Sinopse

O Erro de Descartes conduz o leitor a uma viagem de descoberta desde a história de Phineas Gage, o famoso caso oitocentista de alteração comportamental após lesão cerebral, até à recriação moderna do cérebro de Gage; e das dúvidas de um neurologista sobre uma hipótese testável relacionada com as emoções e o seu papel fundamental no comportamento racional humano. Com base nas suas experiências em doentes neurológicos afectados por lesões cerebrais, António Damásio demonstra como a ausência de emoções pode prejudicar a racionalidade. Ao explicar como a emoção contribui para a razão e para o comportamento social adaptativo, Damásio oferece-nos também uma nova perspetiva do que as emoções e os sentimentos realmente são: uma perceção direta dos nossos próprios estados físicos, um elo entre o corpo e as suas regulações que visam a sobrevivência, por um lado, e a consciência, por outro. Tão profundo no seu humanismo como no aspeto científico, O Erro de Descartes leva-nos a concluir que os organismos humanos estão dotados, desde que nascem, de uma apaixonada inclinação para fazerem escolhas que a mente social utiliza para criar comportamentos racionais. Escrito com clareza e elegância, este livro provocou animadas discussões e mudou para sempre a visão que temos da relação entre mente e corpo.


Resumo

O Erro de Descartes (Emoção, razão e o cérebro humano)

Autor: António R. Damásio

Introdução

O intuito deste livro é propor que a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no campo da razão, podendo encontrar-se, pelo contrário, enredados nas suas teias. O livro começa analisando o caso de Phineas Gage, que foi marcante no século XIX e que, pela primeira vez, se tornou evidente uma ligação entre uma lesão cerebral específica e uma limitação da racionalidade, para em seguida examinar investigações recentes sobre os modernos companheiros de infortúnio de Gage e passar em revistas descobertas neuropsicológicas pertinentes em seres humanos e em animais.

Sugerirei ainda que a razão humana depende não de um único centro cerebral, mas de vários sistemas cerebrais que funcionam de forma concertada ao longo de muitos níveis de organização neuronal.

A emoção é o segundo tema central deste livro. Os sentimentos permitem-nos entrever o organismo em plena agitação biológica, vislumbrar alguns mecanismos da própria vida nos desempenhos de suas tarefas.

O terceiro tema deste livro é a perspectiva de que o corpo, tal como é representado no cérebro, pode constituir o quadro de referência indispensável para os processos neurais que que experienciamos como sendo amente. O nosso proprio organismo, e não uma realidade externa absoluta, é utilizado como referência de base para as interpretações que fazemos do mundo que nos rodeia e para a construção do permanente sentido de subjetividade que é parte essencial de nossas experiências. Por mais surpreendente que pareça, a mente existe dentro de um organismo integrado e para ele; as nossas mentes não seriam o que são se não existisse uma interação entre o corpo e o cérebro durante o processo evolutivo.

Phineas Gage

Corre o verão de 1848. O local é a Nova Inglaterra. A vida de Phineas Gage, 25 anos de idade e capataz da construção civil. Gage trabalha para Estrada de Ferro Rutland & Burlington e tem a seu cargo um grande número de homens, cuja tarefa consiste em assentar os trilhos da ferrovia através de Vermont.

Phineas Gage sofreu um acidente, quando explodia rochas para construção de uma estrada. Durante a explosão um pedaço de ferro penetrou em sua cabeça. Daí em diante o neurologista passa a analisar as reações do paciente, conforme o tratamento ia caminhando.

Harlow descreve como Gage recuperou suas forças e como seu reestabelicento físico foi completo. Gage podia tocar, ouvir, sentir, nem os membros e a língua estavam paralisados. Tinha perdido a visão do olho esquerdo, mas a do direito estava perfeita. Sua personalidade tinha mudado um pouco. Ele estava mais irreverente, e caprichoso, impaciente. Ele apresentava um desequilíbrio emocional e de idéias, tinha perdido seus hábitos moderados.

Gage perdera seu antigo cargo, não por incapacidade, mas porque seu caráter não era mais o mesmo. Ele conseguiu emprego no circo, trabalhando com animais. Ele estava em profunda decadência física. Aos 38 anos Gage morreu.

Por que Phineas Gage?

A maioria dos casos de lesões neurológicas mostrava que a vítima ficava com seqüelas nas funções motoras, precepção, linguagem etc, porém, Phineas Gage apresentou mudanças nas convenções sociais e regras éticas previamente adquiridas, isto é, ele apresentou mudança de caráter.

A partir do caso de Gage muitas idéias antes tidas como corretas no âmbito da neurologia cairam por terra. Uma delas era que o tamanho do cérebro influenciava na sua potência, ou seja, quanto maior o cérebro maior a sua eficiência. Poucas afirmações podiam ser retiradas do caso Gage, pois, na verdade, seu caso foi muito fora do comum, porém, não restam dúvidas de que a alteração da personalidade de Gage foi provocada por uma lesão cerebral circunscrita a um local específico.

Como ponto de partida, tudo o que sabíamos sobre a lesão cerebral de Gage era que ela provavelmente se localizava no lobo central. Isso é um pouco como dizer que Chicago fica nos Estados Unidos.

A Revelação do Cérebro de Gage

Quando Gage faleceu, em 1861, não lhe foi feita nenhuma autópsia. Harlow só veio a ter conhecimento de sua morte cinco anos depois. Harlow escreveu para irmã de Gage pedindo que autorizasse a exumação do corpo para que o crânio pudesse ser recuperado e guardado como registro do caso. Cerca de 120 anos mais tarde, o crânio de Gage foi o trampolim para um trabalho de detetive que completou a tarefa inacabada de Harlow e estabeleceu a ligação entre Gage e a moderna investigação das funções do lobo frontal.

Um Phineas Gage Moderno

Elliot possuia trina anos. Incapaz de manter um emprego, vivia com ajuda da família. Damásio recebeu Elliot, e ao contrário do que esperava, encontrou uma pessoa agradável e um pouco misteriosa, muito simpática, mas emocionalmente contida. Possuía uma compostura respeitável e diplomática, revestida por um sorriso irônico que subentendia sabedoria superior. Discutia assuntos políticos com o humor e que frequentemente merecem, e parecia compreeder a situação da economia. Seu conhecimento sobre o mundo dos negócios, no qual, tinha trabalhado, permanecia intato. As qualidades profissionais permaneceram inalteradas.

Elliot fora um bom marido e pai, tivera um excelente emprego numa firma comercial e fora um exemplo para os irmãos e colegas mais novos. Tinha atingido um invejável estatuto pessoal, profissional e social. Mas sua vida começara a declinar. Passou a sentir violentas dores de cabeça e a capacidade de concentração tinha se deteriorado em pouco tempo. À medida que seu estado piorava, parecia perder o sentido de responsabilidade, e seu trabalho tinha de ser concluído ou corrigido por outros. O médico da família suspeitou de um tumor cerebral e, infelizmente, ele estava correto.

A cirurgia era necessária para que Elliot sobrevivesse. A operação foi realizada por uma excelente equipe médica e o tumor foi removido. Como é comum acontecer nestes casos o tecido do lobo frontal fora danificado e teve que ser removido. A cirurgia foi um sucesso em todos os aspectos e, como esse tipo de tumor não tende a desenvolver-se outra vez, as perspectivas eram excelentes. Mas a parte que não foi tão bem teve aver com reviravolta que a personalidade de Elliot sofreu. As alterações, que tinham começado durante a convalescença física, surpreenderam os familiares e os amigos. Para ser exato, a inteligência, a capacidade de locomoção e de falar de Elliot permaneceram ilesas. No entanto, sob muitos pontos de vista, Elliot já não era Elliot.

Passou a relaxado, displicente, e levava a vida fazendo negócios que terminavam mal. Divorciou-se e casou novamente,e tinha a vida desregrada. Em alguns aspectos, Elliot era um novo Phines Gage, caído em desgraça social, incapaz de raciocinar e de decidir de forma que conduzisse à manutenção e ao melhoramento de sua pessoa e de sua família. Já não era capaz de funcionar como um ser humano independente e, tal como Gage, também tinha desenvolvido hábitos de colecionador.

Mesmo antes de estudar o cérebro de Elliot com as técnicas modernas de neuroimagem, eu sabia que a lesão envolvia o lobo frontal; seu perfil neuropsicológico apontava para essa região.

Uma Reflexão sobre Anatoma e Função

Exise uma região do cérebro humano, constituídas pelos córtices pré-frontais ventromedianos, cuja danificação compromete de maneira consistente, de uma forma tão depurada quanto é provável poder encontrar-se, tanto o racicínio e tomada de decisão como as emoções e sentimentos, em especial no domínio pessoal e social. Poder-se-ia dizer, metaforicamente, que a razão e a emoção se cruzam nos córtices pré-frontais ventromedianos e também na amígdala.

As experiências que impulsionaram este estudo mais aprofundado, iniciou-se com macacos. Eram colocados dois poços em frente de um macaco e era lhe mostrado um alimento agradável ao animal, em seguida o alimento era colocado em um dos poços e tampado os dois poços, esperava-se alguns segundos e soltav-se o animal. O animal que não tinha lesão no lobo pré-frontal ia direto ao poço onde estava o alimento. O animal com lesão nem sempre fazia isso.Assim que o estímulo ficava fora do campo visual, parecia ficar fora da mente.

O cérbro e o corpo encontram-se indissocialvelmente integrados por circuitos bioquímicos e neurais recíprocos dirigidos um para o outro. Existem duas vias principais de interconexão. A via em que normalmente se pensa primeiro é a constituída por nervos motores e sensoriais periféricos que transportam sinais de toda parte do corpo para o cérebro, e do cérebro para todas as partes do corpo. A outra via, que vem menos facilmente a mente, embora seja bastante mais antiga em termos evolutivos, é a corrente sanguinea; ela transporta sinais químicos, como os hormônios, os neurotransmissores e os neuromoduladores.

Nem todos tem uma mente, isto é, nem todos possuem fenômenos mentais(o que equivale dizer que nem todos têm cognição ou processos cognitivos). Alguns organismos possuem tanto tanto comportamento como cognição. Outros desenvolvem ações inteligentes, mas não possuem mente. Nenhum organismo parece ter mente e não ter ações.

Assim, na minha opinião, o fato de um dado organismo possuir uma mente significa que ele forma representações neurais que se podem tornar imagens manipuláveis num processo chamado pensamento, o qual acaba por influenciar o comportamento em virtude do auxílio que confere em termos de previsão do futuro, de planejamento desse de acordo com essa previsão do futuro, de planejamento desse de acordo com essa previsão e da escolha da próxima ação.

De uma pespectiva evolutiva, nada está em contradição com isso. Se não tivesse havido o corpo, não teria surgido o cérebro. Os organismos simples que possuem apenas corpo e comportamento, mas estão desprovidos de cérebro ou de mente, ainda existem e são, de fato, bastantes mais numerosos que os seres humanos em várias ordens de grandeza.

O Organismo e o Meio Ambiente Interagem

Se o corpo e o cérebro interagem intensamente bentre si, o organismo que eles formam interage de forma não menos intensa com o ambiente que o rodeia. Suas relações são mediadas pelo movimento do organismo e pelos aparelhos sensoriais.

O ambiente deixa sua marca no organismo de diversas maneiras. Uma delas é por meio da estimulação da atividade neural dos olhos, dos ouvidos, nas papilas gustativas e na mucosa nasal. As terminações nervosas enviam sinais para pontos de entrada circunscritos no cérebro, os chamados córtices sensoriais iniciais da visão, da audição, das sensações somáticas, do paladar e do olfato.

A maioria das palavras que utilizamos na nossa fala interior, antes de dizermos ou escrevemos uma frase, existe sob a forma de imagens auditivas ou visuais na nossa consciência.

"As palavras ou a linguagem, na forma como são escritas ou faladas, não parecem desenpenhar qualquer papel nos seus mecanismo de pensamento. As entidades físicas que parecem servir de elementos no meu pensamento são determinados sinais e imagens mais ou menos definidos que podem ser voluntáriamente reproduzidos e combinados. Existe, com certeza, uma certa ligação entre esses elementos e os conceitos lógicos relevantes. É também evidente que o desejo de chegar finalmente a conceitos associados pela lógica é a base emocional desse jogo bastante vago com os elementos acima mencionados" Albert Einstein.

Alguns indivíduos que sofrem amputação de um membro(por exemplo, a perda da mão ou do braço, deixando-os com um coto acima do nível do cotovelo) relatam a seus médicos que ainda sentem o membro ausente, que conseguem apreender os seus movimentos imaginários e sentir dor, frio, ou calor, no membro ausente. É óbvio que esses doentes possuem uma memória dos seus membros, ou não seriam capazes de formar uma imagem dele em suas mentes.

As representações que o nosso cérebro cria para descrever uma situação e os movimentos formulados como resposta a essa situação dependem de interações mútuas cérebro-corpo. O cérebro cria representações do corpo a medida que este vai mudando sob influência de tipo químico e neural. Algumas dessas representações permanecem não conscientes, enquanto outras se tornam conscientes. Ao mesmo tempo, os sinais do cérebro continuam a fluir até o corpo, alguns de forma deliberada e outros de forma automática, a partir de zonas do cérebro cuja as atividades nunca são representadas diretamente na consciência. Em resultado, o corpo volta a alterar-se e a imagem que dele se recebe altera-se em conformidade.
Desenvolver uma mente, o que realmente quer dizer desenvolver representações das quais se pode tomar consciência como imagens, conferiu aos organismos uma nova forma de se adaptar a circunstâncias do meio ambiente que não podia ter sido prevista no genoma. A base para essa adaptabilidade terá provavelmente começado pela construção de imagens do corpo em funcionamento, a saber, imagens do corpo enquanto ia reagindo ao ambiente de forma externa.

O Erro de Descartes

Qual foi o erro de Descartes? Poderíamos começar com um protesto e censura-lo por ter convencido os biólogos a adotarem, até hoje, uma mecânica de relojoeiro como modelo dos processos vitais. Mas talvez isto não fosse muito justo, e comecemos, então, pelo „penso, logo existo“. Essa afirmação talvez a mais famosa da história da filosofia, surge pela primeira vez na quarta seção de O Discurso do Método(1637). Considerada literalmente, a afirmação ilustra exatamente o oposto daquilo que creio ser verdade acerca das origens da mente e da relação entre mente e o corpo. Descartes via o ato de pensar como uma atividade separada do corpo, essa afirmação celebra a separação da mente, do corpo.

No meu modo de ver, para nós, no princípio foi a existência e só mais tarde chegou o pensamento. Existimos e depois pensamos e só pensamos na medida que existimos, visto o pensamento ser, na verdade, causado por estruturas e operações do ser.
O erro de Descartes é a separação abissal entre corpo e mente, entre a substância corporal, infinitamente divisível, com volume, com dimensões e com funcionamento mecânico, de um lado, e a substância mental, indivisível, sem volume, sem dimensões e intangível, de outro; a sugestão de que o raciocínio, o juízo moral e o sofrimento adveniente da dor física ou agitação emocional poderiam existir independentemente do corpo. Especificamente: a separação das operações mais refinadas da mente, para um lado, e da estrutura e funcionamento do organismo biológico, para outro.

Fonte: buscalegis.ufsc
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